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Justiça obriga prefeitura a disponibilizar escolar para alunas de áreas rurais de Crucilândia

Alunas que moram em área rural do município não tem tido acesso ao transporte escolar após denúncia das más condições da estrada na região

A Justiça atendeu a um pedido do Ministério Público e determinou que a Prefeitura de Crucilândia disponibilize transporte escolar para alunas da área rural do município. O juiz Robert Lopes de Almeida determinou prazo de 48 horas para que a normalização do serviço.

De acordo com Viviane Maria de Jesus, 32 anos, suas duas filhas, de 15 e 9 anos, não estavam tendo acesso ao transporte depois que ela registrou uma reclamação no MP sobre as condições da estrada. No dia 30 de março, a manilha não suportou o peso e o micro-ônibus escolar caiu no buraco. O acidente foi filmado por ela. Depois disso, o escolar não passou mais pelo trecho.

“Tenho que sair de casa 5h20 todos os dias. Acho isso um descaso com as milhas filhas. E quando estiver chovendo ou fazendo frio?”, desabafa.

A decisão, divulgada nesta quinta-feira (20), inclui, além das filhas de Viviane, uma terceira menor, que convive com o mesmo problema. As três precisam se descolar cerca de dois quilômetros para chegar ao ponto escolar.

O documento reforça que ‘a demora na prestação jurisdicional poderá acarretar danos irreversíveis a vida do autor, pois a educação é um direito primordial, garantindo pela Constituição Federal e Estatuto da Criança e Adolescente’, como previsto na Constituição Federal.

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Nota da Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Crucilândia afirma que não suspende qualquer linha e que realiza o transporte escolar das crianças das escolas municipais, “exceto quando há queda de pontes, crateras por excesso de chuvas, o que não é o caso em questão. O que houve na linha de transporte em questão foi uma mudança de ponto e não de rota. A alteração foi realizada para atender com equidade e igualdade todas as 32 crianças que utilizam a mesma linha de transporte escolar”.

“Não houve acidente e sim o mesmo (ônibus) agarrou, normal em estradas que não têm pavimentação asfáltica nos interiores, pois as mesmas são ‘estradas de chão e dependem da manutenção da prefeitura para manter as estradas em boas condições de uso. O ônibus, inclusive, ficou agarrado em uma propriedade particular”, completa.

Formado em Jornalismo pelo UniBH, em 2022, foi repórter de cidades na Itatiaia e atualmente é editor dos canais de YouTube da empresa.
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