Ouvindo...

Moradores protestam após morte de mulher arrastada por motorista bêbado em BH

Na sexta-feira Larissa Assis, de 27 anos, foi atropelada e arrastada por um carro; o condutor estaria bêbado

Moradores colocaram fogo na rua e bloquearam trânsito

Moradores do no bairro Xodó Marize, região Norte de Belo Horizonte, realizaram uma manifestação no fim da tarde desta segunda-feira (3) devido a morte da Larissa Rodrigues de Assis, passageira de uma moto que foi atingida e arrastada por um motorista com suspeita de embriaguez.

Em clima tenso, cerca de 20 pessoas, incluindo crianças, colocaram fogo em pneus e fecharam a rua Joaquim Clemente, onde Larissa foi socorrida na noite de sexta-feira (31). Os manifestantes gritavam “justiça” e não deixavam carros ou motos passarem.

Segundo o primo de Larissa, Felipe Geraldo Rodrigues, a manifestação é para pedir por justiça e para que a rua seja melhor sinalizada, já que este não seria o primeiro acidente no local.

“Protestamos para colocar um quebra-mola e sinalização correta no local. Aqui já aconteceram outros acidentes e hoje vitimou minha prima, que deixou uma menina de 8 meses de idade, tinha acabado de se formar há duas semanas, a família toda ficou neste caos. Minha prima era uma menina muito querida no bairro, ela nasceu aqui e todo mundo se sensibilizou com a história. A gente tá aqui em luta por todas as famílias que já perderam alguém no trânsito, alguém por um motorista bêbado, a gente tá aqui por isso”, afirmou.

Felipe ainda afirmou que a manifestação é contra a soltura do motorista suspeito de embriaguez, já que a família teria recebido a informação de que ele foi solto após pagar a fiança. A Polícia Civil e a Secretaria de Justiça do Estado de Minas Gerais, por outro lado, informaram à Itatiaia que o homem continua preso.

“A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que a perícia esteve no local para realizar os primeiros levantamentos. O condutor, de 31 anos, foi conduzido e ouvido por meio da Central Estadual de Plantão Digital, onde teve a prisão ratificada pelo crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor. Ele foi encaminhado ao sistema prisional, onde permanece à disposição da Justiça”, afirma a nota.

Problemas recorrentes

A moradora do bairro Xodó Marize, Auxiliadora Cordeiro Martins, de 74 anos, conta que esta foi a primeira morte por acidente automobilístico na rua, mas que outras pessoas já se feriram. Segundo ela, a principal preocupação é com as crianças, já que existe uma escola perto da rua.

““Eu moro aqui há 53 anos e nós precisamos urgentemente de quebra-mola e sinal, porque os motoristas não respeitam e as crianças vão atravessando a rua, quase que morreram. Quem está sofrendo é a família da menina, porque dinheiro nenhum vai pagar a vida da menina e, infelizmente, poderia ter acontecido com a família de qualquer um”.

Entrevista feita pelo repórter Felipe Quintella