Investigado por estelionato, a Clínica Odontológica Arcata fechou novos contratos um dia antes de anunciar o fechamento, em 8 de março. A informação foi passada pela delegada Danúbia Quadros, da Delegacia Especializada em Defesa do Consumidor, durante coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (4), após operação que apreendeu um telefone e um notebook. O prejuízo total aos clientes pode chegar a R$ 4 milhões.
“A gente apura o crime de estelionato. Inclusive, já com o que foi apurado até agora, a gente levantou que no dia anterior ao fechamento, a empresa realizou novos contratos. Então, tudo isso será levando em consideração para a conclusão da investigação”, disse a delegada.
A investigação aponta ainda que a maioria das vítimas é idosas, alguns pagaram até R$ 30 mil, mas sequer tiveram o tratamento iniciado.
“A gente apreendeu telefone, notebook e daremos continuidade para comprovar ou não se houve essa fraude em prejuízo dos consumidores, a maioria idosos que tiveram prejuízo financeiro. Alguns R$ 20, R$ 30 mil com esses implantes iniciados e não finalizados”, destacou.
As ordens judiciais desta segunda-feira (3) foram executadas nos bairros Vila Paris, Gameleira, Palmares e Silveira, nas residências dos sócios-proprietários da empresa.
Desde o fechamento, 618 ocorrências foram registradas contra a empresa desde a interrupção dos atendimentos. “Importante destacar que não estamos falando apenas de uma questão de estética, mas de saúde. A maioria dos consumidores que nos procuram são pessoas idosas, muitas vezes com implantes frágeis ou estão apenas com o pino dentário, sentindo dores; é uma questão de dignidade”, completa a delegada, adiantando que alguns tratamentos, fruto de longas poupanças, chegam a R$ 30 mil.
O chefe do Departamento Estadual de Combate à Corrupção e a Fraudes, delegado Júlio Wilke, destacou ainda que a investigação irá esclarecer se realmente houve falência da empresa para confirmar o crime. “Com a conclusão das apurações, vamos saber responder há quanto tempo os investigados sabiam da saúde financeira do negócio deles, há quanto tempo continuaram a vender o serviço, se não pensaram em dar continuidade aos tratamentos por meio de parceiros depois que viessem a encerrar as atividades”, destaca.
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