A esposa do
“Era um relacionamento abusivo, de tortura, de crueldade, de muita tristeza. Meu sonho era ter uma família, mas desde a gravidez eu comecei a sofrer agressões. Além de agressões psicológicas e verbais, agressões físicas, ao ponto de cuspir no meu rosto, de falar que eu não valia nada”, explica a Cristiele.
A vítima revelou ainda, que o marido não a deixava trabalhar e que ela ficou totalmente dependente. Cristiele explica que já fez queixas contra o companheiro, mas que ele sempre voltava para casa.
“Quantas queixas eu já tinha dado? Eu não o acusava porque tinha medo de que não ia dar nada, ele ia voltar e ia ser muito pior. Eu tinha medo até ele colocar meu filho dentro desta situação. Foi aí que não tinha mais como, ele me deu dois mata-leões e eu pensei ‘vou morrer, se eu continuar com este homem eu vou morrer’. E foi a hora que eu pedi a medida protetiva”.
Filho de um ano
O casal tem junto um filho de um ano, que estava presente no momento que o policial civil fez a mãe de refém e a agrediu fisicamente. Enilton Gonçalves, segundo a esposa, já ameaçou tirar a guarda do filho dela, afirmando que, por ser policial, ele seria ouvido e ela, não.
“Ele tentou tirar o meu filho de mim falando que eu sou desequilibrada, uma louca, uma pessoa que não tem condição de poder ficar com meu filho. Usando do poder dele e dizendo que eu não sou ninguém no mundo porque eu não tenho um diploma e sou só uma mãe, sou uma mulher. Mas eu sou uma mulher que tentou ter uma família e ele a destruiu”.
Segundo Cristiane, ela decidiu ir para a casa de sua pastora no fim de semana anterior ao crime de cárcere privado, depois de ter sido agredida. Ela conta, ainda, que ao dizer para o marido que iria partir, ele debochou da situação.
“Ele falou assim, ‘você acha que você é mulher que tem coragem? Você não tem coragem não. Você não tem nem vergonha na sua cara’. Aí eu ouvi aquilo e falei que era a última vez. Ele foi atrás de mim, mas eu não quis ir embora com ele. Com o meu filho do meu lado, eu não sou louca, eu não sou desequilibrada”, Cristiane relata, aos prantos.
Dia da agressão
Cristiele explicou que, na terça-feira (7), decidiu ir para o apartamento onde morava, no bairro Gutierrez, região Oeste de Belo Horizonte, achando que o ex-companheiro não estaria lá, mas foi surpreendida por ele e agredida na frente do filho de um ano.
“Ele pegou a arma e começou a me ameaçar e me bater muito. Em um momento eu peguei meu filhinho e fui para o banheiro, eu precisava lavar a bundinha dele, e ele [Enilton] foi lá dentro e começou a bater na minha cabeça. Eu lembro que eu olhava no espelho e falava, ‘pelo amor de Deus, não faz isso com meu filho, meu filho está olhando’. Eu gritava, mas ele me deu uma mata-leão e eu tava perdendo minhas forças”.
Agressões constantes
Esta não foi a primeira vez que, segundo Cristiele, Enilton teria a agredido fisicamente. A mulher explica que o marido falava para as pessoas que ela era descontrolada e se automotivava, para justificar os machucados dela.
“Meus vizinhos achavam que eu era e ele, como policial, era o certo. Ninguém está nem aí para para uma mulher gritando socorro e pedindo pelo amor de Deus. Ele falava para as pessoas que eu me auto automutilava para justificar as coisas que ele fazia comigo que é um automutilava que eu era louca desequilibrada”.
Enilton Gonçalves Vianna Junior foi preso em flagrante pelos crimes de lesão corporal qualificada por razões de condição do sexo feminino, ameaça, injúria e nessa tarde teve a prisão preventiva decretada. Nesta quarta-feira (8) a
Entrevista feita pela repórter Thais Frade