O taxista Bruno Alves de Andrade, de 30 anos, autor confesso do assassinato do jardineiro Cleidson Alves Campos, de 40 anos, procurou a Itatiaia nesta terça-feira (7) para dar a versão sobre o crime ocorrido no dia 25 de fevereiro, no bairro Vila São João Batista, região de Venda Nova, em Belo Horizonte. Ele nega que a causa da confusão tenha sido o fato de o filho autista da vítima ter buzinado o carro, como descrito no boletim de ocorrência, e afirma que Cleidson tinha ameaçado matar o irmão dele. Bruno disse que vai ser entregar no começo desta tarde.
À Itatiaia, Bruno contou que quando chegou ao local, o desentendimento entre o irmão dele e a vítima em razão da buzina, já tinha acabado. “Só fiquei sabendo dessa briga no outro dia. Quando cheguei, a discussão era a todo momento o Cleidson ameaçando meu irmão de morte. Ele falava que meu irmão iria comer capim pela raiz. E não era a primeira vez que ele ameaçava meu irmão, porque ele devia meu irmão um carro. Por ele (vítima) ter envolvimento com o tráfico de drogas, meu irmão nunca conseguiu receber”, disse.
Bruno alega ainda que foi trabalhar, mas o movimento estava fraco e, por isso, voltou para casa. “Na hora que desci do carro, vi que a briga tinha reiniciado, ele (Cleidson) foi para casa e voltou. Imaginei que ele tinha voltado com a arma. Quando eu estava chegando próximo, lançaram uma garrafa, não sei se foi nele ou no meu irmão, sei que passou uma garrafa e estourou o vidro de um carro, e no movimento brusco que ele fez me ameaçando com os braços, efetuei os disparos”, assumiu o taxista.
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Bruno disse, ainda, não ter passagem pela polícia e que andava armado em razão do risco de trabalhar como taxista. No entanto, admitiu não ter porte de arma. “Atirei por medo de perder a minha vida e a vida do meu irmão. Nunca tive a intenção de tirar a vida de ninguém”.
Bruno, que é pai de uma criança de 7 anos e cria uma sobrinha de 2, afirma que ele e a família estão sofrendo ameaçados de morte.
Mandado de prisão
O advogado de Bruno, Lúcio Adolfo, diz que o cliente não se apresentou antes por incompatibilidade de agenda com a delegada responsável pelo caso.
“Fui surpreendido agora com informação de que foi expedido um mandado de prisão. Não vejo justificativa. Acho um pouco prematuro falar em prisão de alguém que quer se apresentar, mesmo sabendo que a versão apresentada pela imprensa não é verdadeira. Basta dizer que o Bruno sequer estava perto quando o menino autista estava brincando, buzinando”, disse Lúcio Adolfo.
Passagens
Conforme apuração da Itatiaia, Bruno Alves de Andrade já tinha duas passagens pela polícia, em 2014 e 2019, por lesão corporal. Nas duas situações, ele era suspeito de agredir namoradas.