A empresária Adriane Mendonça, de 24 anos, denunciou ter sido vítima de assédio durante uma festa de Carnaval no Clube Chalezinho, casa noturna localizada na região Oeste de Belo Horizonte. Um homem ainda não identificado teria perseguido Adriane durante a noite e ofendeu a empresária por não ter aceitado as investidas. A ocorrência foi registrada nesta quinta-feira (23).
“Por duas vezes ele já tinha se aproximado e me insultado, mas eu me esquivava e saía de perto. Ele supunha que eu era garota de programa, mas minha reação foi ignorar”, relatou Adriane. A situação se agravou no momento em que a empresária foi buscar os pertences na chapelaria da casa noturna e foi encoxada pelo homem. O momento que aconteceu no último domingo (19) pode ser visto nas imagens das câmeras de segurança do local.
“Ele falou comigo ‘eu pago 10% a mais do valor que você cobra’, e eu ignorei. Não satisfeito, ele falou para passar o telefone e perguntou se não ia querer sair com ele. Eu disse: ‘moço, sai de perto de mim, eu sou casada’ e ele respondeu: ‘casada p**** nenhuma’. Nessa hora, eu comecei a discutir com ele”, relembrou a empresária.
“Ele começou a me insultar, chamar de piranha e outras coisas e começamos uma discussão. Ele levantou a mão, eu mandei sair de perto de mim. Ele saiu e gritou ‘vagabunda’ e continuou me xingando”, relatou. Depois de ser repetidamente ofendida, as imagens mostram Adriane dando um tapa e jogando um sapato no suspeito.
“Os seguranças da casa não apareceram. A moça da chapelaria escutou o que ele disse e uma moça da limpeza ficou na porta. Quem veio tirar ele foi a minha amiga”, relatou Adriane. A jovem que acompanhava a empresária na noite e tentou apartar a briga relatou ter ficado com roxos nas costas, causado pelo momento da briga.
Adriane relembra que, depois da discussão, não recebeu apoio da segurança do clube, nem de policiais que estavam no local. O caso de assédio foi registrado no mesmo
Adriane destacou que a casa noturna só liberou as imagens do circuito de segurança depois dela afirmar que registraria ocorrência contra o local. Em nota, o Clube Chalezinho afirmou ter fornecido as imagens de forma espontânea, além de ter designado um profissional para acompanhar o caso. Ainda, a casa destacou que a equipe é treinada para acolher vítimas de assédio e direcionar os casos à polícia.
“Eu só queria reforçar a todas as mulheres que sofrem ou já sofreram algum tipo de assédio para procurar a Delegacia da Mulher. Aqui a gente é acolhida, protegida, não tem ninguém para julgar. Eles resolvem o nosso problema. Assédio, humilhação e agressão não são normais. A Justiça está aí", reforçou Adriane.
Ainda nesta quinta-feira, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou por meio de nota ter instaurado um procedimento para investigar a ocorrência, classificada como importunação sexual. “Os levantamentos estão sendo realizados pela equipe da Delegacia Especializada de Combate à Violência Sexual na capital”, declarou.
Confira nota completa do Clube Chalezinho
O Clube Chalezinho lamenta o acontecido com a jovem Adriane de Mendonça e esclarece que procurou ampara-la desde que tomamos conhecimento do caso.
Nossa equipe é treinada para dar acolhimento total às vítimas de assédio e direcionar os casos à polícia para registro de ocorrência, o que pode ser constatado nas imagens 45 segundos após o fato.
Posteriormente, quando a cliente entrou em contato via telefone para solicitar o ressarcimento do seu ingresso, designamos uma responsável de nossa equipe para acompanhar o caso e fornecemos espontaneamente as imagens das câmeras de segurança para colaborar com as medidas pretendidas pela jovem.
Desde 2019, temos uma campanha ostensiva contra essa prática, com cartazes espalhados por toda a casa buscando a conscientização dos clientes.
Entendemos que tal prática é endêmica em nossa sociedade e deve ser combatida com seriedade e rigor. Estamos à inteira disposição das autoridades para contribuir com a identificação e punição do agressor.
(Sob supervisão de Lara Alves)