O Departamento de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), apresentou, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira (8), detalhes sobre o caso do homem esquartejado em um apartamento do bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de Belo Horizonte. O caso foi descoberto no último final de semana. A cabeça da vítima, que ainda não foi encontrada, pode ter sido colocada em um saco de lixo e recolhida pelo caminhão da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU). O suspeito, de 23 anos, pode responder por ocultação de cadáver e homicídio.
Até o momento, a identificação da vítima era uma incógnita. Mas exames de impressão digital feitos no Instituto Médico Legal de Belo Horizonte confirmaram tratar-se de um homem natural da cidade de Água Preta, em Permambuco. Testemunhas confirmaram para os policiais que Márcio José Soares, 31 anos, encontrava-se em situação de rua. Imagens de circuito interno do prédio onde aconteceu o crime mostram o morador suspeito, de 23 anos, entrando em companhia da vítima.
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A investigação aponta que a morte e o esquartejamento tenham sido provocados entre a quinta e sexta feira passadas. Com o cheiro pútrido de restos mortais ganhando força durante os dias, o suspeito procurou uma advogada da família para dizer sobre o crime. A representante legal acionou a Polícia Militar (PM) no último domingo (5). No apartamento, apenas membros superiores foram encontrados. Nessa terça-feira (7), outros segmentos do corpo foram localizados. A pelve, que são os ossos do quadril, e parte dos joelhos foram encontrados por investigadores em uma caçamba de lixo, na rua Barão de Macaúbas, também no bairro Santo Antônio.
A cabeça da vítima, até o momento, não foi vista. A polícia acredita que ela tenha sido deixada pelo rapaz em uma sacola, dispensada na lixeira na entrada do edifício, sendo recolhida pelo serviço de coleta diária da cidade.
Séries e filmes
Na oitiva feita com o suspeito, nada foi dito. Já na entrevista, que é um procedimento não oficial, segundo a Polícia Civil, ele disse gostar de séries de TV e filmes bizarros, mas também não entrou em detalhes de como conheceu a vítima, ou porque cometeu o crime. Para destrinchar o corpo, ainda conforme o inquérito em aberto, o jovem usou uma maquita elétrica (usada na construção civil para cortar cerâmica), que foi apreendida. A advogada do jovem disse à PM, no dia em que o evento veio à tona, que ele sofre de esquizofrenia, por isso foi encaminhado inicialmente para um hospital psiquiátrico.
A unidade de saúde não foi divulgada, mas durante a coletiva de hoje, a Polícia Civil confirmou que o hospital não se opôs quando o mandado de prisão temporária, de 30 dias, foi expedido, levando em consideração a periculosidade do paciente.
Jovem mata mãe
O histórico do rapaz remete a um matricídio, também cometido em Belo Horizonte. No ano de 2017, quando tinha 17 anos, ele matou a mãe na região do Barreiro. O crime também ficou a cargo do DHPP mas, como envolvia um menor de idade à época, detalhes desta investigação não foram informados, alegando segredo de justiça. Por enquanto, o rapaz segue no sistema prisional da capital, como qualquer outro preso em condições normais das faculdades mentais.
Para que ocorra uma mudança, e ele seja encaminhado para um centro de detenção especializado, a defesa jurídica terá de encaminhar à justiça um documento chamado Incidente de Insanidade Mental, sob a alegação de que o caso dele requer tratamento especial, mesmo atrás das grades.
