Médicos dos hospitais João XXIII, Júlia Kubitscheck e da Maternidade Odete Valadares - todos da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) - denunciam a falta de profissionais para o atendimento. Nessa terça-feira (27), a Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRMG) e o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) emitiram uma nota expondo a situação.
“Tivemos dificuldades no atendimento no fim de semana do Natal em função de falta de anestesista. Já faz vários meses que temos passado por isso”, explicou Carlos Augusto Martins, presidente Associação Sindical dos Trabalhadores em Hospitais (ASTHEMG).
Além do anestesistas, segundo a categoria, faltam cirurgiões plástico e neurologistas. “Em alguns plantões, faltam até clínicos. Isso porque alguns vem aposentado e não esta havendo a reposição”.
Veja a nota completa completa
“As Entidades Médicas abaixo assinadas vêm a público alertar os médicos e a sociedade, na sua totalidade, sobre a grave situação que atinge a saúde pública, especialmente na Rede Fhemig.
É sabido que em diversos hospitais da rede estadual de saúde tem havido falta de médicos plantonistas, especialmente anestesiologistas, na porta de entrada de importantes hospitais, tais como o Hospital Júlia Kubitscheck e a Maternidade Odete Valadares, com interrupção de atendimento recente nessas unidades.
A situação tem trazido grande preocupação, visto que essa falta de médicos tem ocorrido inclusive no Hospital João XXIII, referência estadual em trauma, que presta atendimento de excelência e qualidade nas emergências
Sabendo da responsabilidade do gestor público para administrar essas instituições, com condições de atendimento de qualidade e com recursos humanos indispensáveis, traz-nos preocupação a inércia e a ineficiência na resolução desse problema, que repercute na saúde da população.
Vimos solicitar o empenho da gestão no seu dever de Estado alertar as autoridades, especialmente o Ministério Público, das graves consequências que advêm dessa omissão, com consequente prejuízo aos pacientes.
Atento a isso o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRM-MG), dentro de seus limites legais. Já orientou plano de contingência à gestão da Fhemig no caso da falta de médicos, e solicita aos outros órgãos fiscalizadores ação mais energética para a solução desse grave problema.”
Preocupação
A categoria está preocupada com a intenção de privatização do HPS. “A Secretaria de Saúde tem feito esse sucateamento do serviço com o objetivo de privatizar a assistência. O próprio governador Romeu Zema (Novo) já anunciou que tem pretensão de entregar para iniciativa privada, sendo que nós funcionários públicos sempre prestamos um bom serviço quando o governo dá condições”
Representante da AMMG disse que notificou a secretaria de saúde e cobra respostas. “Já notificamos a Secretaria de Saúde, solicitando a abertura do concurso público para reposição desses profissionais. Há um ano secretário prometeu que haveria um concurso público e, no entanto, não cumpriu essa promessa”
O outro lado
Segundo a Fhemig, o déficit de profissionais médicos acomete todos os serviços de saúde, não se limitando à rede Fhemig - sendo provocado por um mercado aquecido. Sobre o atendimento, a fundação garante que o atendimento será normal nesse fim de ano.
A Fhemig esclarece também que tem se esforçado para regularizar os plantões com processo seletivos, remanejamentos internos e ofertas de plantões. Além disso, um concurso público pra Fhemig já foi autorizado e segue em fase de estruturação.