O presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, Gabriel Azevedo (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (26), em entrevista ao Plantão da Cidade, que o transporte público da capital “não melhorou” com o subsídio pago pela prefeitura às empresas de ônibus e subiu o tom contra os empresários do setor.
Gabriel Azevedo apresentou três propostas que ele considera viáveis para a melhoria do serviço na capital que, segundo ele, tem dois grandes problemas: ônibus cheio e fora do horário.
“O caos não continuou (mesmo com o subsídio), mas o problema não melhorou”, alertou o vereador.
Entre as alternativas para resolver o problema, o Presidente da Casa Legislativa apontou três projetos de lei de autoria dele que propõe mais veículos, faixas exclusivas na cidade e bilhetagem eletrônica e integrada.
“A condição da gente aprovar mais um subsídio [eu sou a favor do subsídio], eu tô fazendo um mestrado sobre mobilidade e tô aprendendo o que tem de melhor no planeta. Os melhores modelos eles contam com uma ajuda estatal. Mas, pra isso acontecer de novo eu quero auditoria e esses três projetos aprovados.”
Empresários
Ainda sobre os problemas que envolvem o transporte público de Belo Horizonte, Gabriel subiu o tom contra os donos das empresas de ônibus que operam na capital.
“Ninguém vai colocar a faca no pescoço de prefeito não. Deixa eu avisar aqui aos empresários: tem um novo presidente da Câmara Municipal que não tem medo de nada e se por muito tempo essa cidade ficou rendida por uma turma que acha que é dona de Belo Horizonte, o dono de BH é o povo que merece ser tratado com respeito e ter ônibus com dignidade.”
No final de 2021, os empresários alegaram que o caos no transporte era devido à falta de verbas. No ano seguinte, a legislação autorizou o repasse de R$ 237,5 milhões às empresas, em 12 parcelas, e determinou, entre outras condicionantes, o congelamento das tarifas até março de 2023, e a realização de, no mínimo 21.708 viagens em dias úteis, sendo pelo menos 528 no período noturno, de 0h às 3h59.
“Antes do subsídio eram 13 mil viagens/dia e passou para 23 mil depois do subsídio. O caos não continuou, mas não melhorou o problema”, disse o vereador.
Balanço apresentado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em agosto deste ano apresentou os seguintes dados: “97% das linhas de ônibus que circulam em BH tiveram o quadro de horário ampliado nos dias úteis. Essa ampliação foi verificada em 95% das linhas aos sábados e em 98% aos domingos. Quando o primeiro repasse às concessionárias foi feito, no dia 11 de julho, foram registradas 16.799 viagens. No dia seguinte, já foram contabilizadas 19.203 viagens. Um mês depois, no dia 11 de agosto, data do segundo repasse, o número de viagens saltou para 22.322. No mesmo período, a média diária de passageiros transportados passou de 913 mil para 984 mil.”