Um menino de 10 anos sofreu ataques racistas durante uma partida de futebol, no bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. “Desde então, ele não é a mesma pessoa”, disse a mãe, Mariana Mendes Aguilar, de 33.
O cruzeirense apaixonado, o menino joga futebol desde os 5 anos de idade. A mãe contou que ele já passou por muitas escolinhas e, agora, treina como goleiro.. No último sábado (22), a disputa ocorreu contra outro time sub17.
“Ele estava no gol defendendo tudo. Foi então que começaram os ataques vindos da arquibancada: ‘preto’, de ‘macaco’ e de ‘Bob Esponja negro’” disse.
A partida foi interrompida e a polícia chamada. A família disse que parte dos adultos que cometeu o ataque já tinha ido embora quando a corporação chegou para registrar o boletim de ocorrência.
“Meu filho estava com os olhos cheios d’ água, mas não conseguia chorar, não conseguia se expressar. Isso acabou comigo”, acrescentou a mãe.
Uma idosa de 70 anos foi levada para a delegacia e negou o crime.
O pai, Elias Ferreira, está indignado. “Como pai, não sei como mostrar para meu filho que ele foi a vítima, uma vez que todos que o ofenderam e humilharam saíram sem punição”, disse o pai. “Tenho medo de isso virar um trauma e ele desistir de jogar”, acrescentou.
O garotinho foi acolhido pelos colegas de time. Entretanto, segundo os pais, os responsáveis pelos times não tomaram qualquer atitude.
A Policia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que recebeu a denúncia de injúria e realizou diligências para apuração dos fatos. O caso segue em investigação na Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias.