Lourdes Pereira Leite, de 70 anos, é a vítima que morreu depois que um prédio de cinco andares desabou no bairro Planalto, na região Norte de Belo Horizonte, na manhã desta quarta-feira (21). Além dela, o marido, de 75, e as filhas, de 40 e 45, ficaram feridos.
O incidente ocorreu na rua Nilo Aparecida Pinto, 425. De acordo com o Corpo de Bombeiros, duas famílias ocupavam o imóvel - uma delas morava no térreo e a outra no último andar.
A família foi retirada em segurança dos escombros e socorridos com vida, conscientes, politraumatizados. O idoso foi levado para o Hospital Odilon Behrens e as irmãs socorridas para o HPS João XXIII.
O prédio colapsou sobre uma das edificações vizinhas. Segundo a corporação “nessa residência, a família estava viajando”.
Obras e Irregularidades
As obras já duram cerca de oito anos, As imagens do Google Street View mostram uma casa amarela ocupando o terreno em abril de 2014. Já em setembro do mesmo ano, é possível ver um prédio de três andares sendo construído. Em outubro de 2015, a estrutura já apresenta cinco pavimentos. Desde então, é perceptível apenas uma mudança na fachada.
De acordo com o órgão, em 2016, a Defesa Civil constatou que a obra estava sendo realizada sem o respectivo licenciamento urbanístico.
Foi então que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) realizou vistoria e embargou a construção, além de notificar para que fosse providenciada a regularização. “Houve ainda aplicação de multa por execução de projeto sem aprovação”, informou por meio de nota.
A obra manteve-se paralisada no estado em que se encontrava e, em 2020, foi constatado que a edificação passou a ser ocupada - o que não é permitido em razão de não haver a certidão de baixa de construção, documento popularmente conhecido como “habite-se”. De acordo com o órgão, a obra foi regularizada em 2021.
"É importante ressaltar que a Fiscalização de Controle Urbanístico e Ambiental estava acompanhando a obra”, informou a Defesa Civil de Belo Horizonte por meio de nota.
Interdição
Após o desabamento, o órgão realizou vistoria em dois imóveis vizinhos ao ocorrido. Um imóvel residencial foi interditado totalmente e um imóvel comercial parcialmente.
A perícia da Polícia Civil de Minas Gerais foi acionada. (com informações de Fabiano Frade)