Vereadores, empresários e um ex-vereador que é policial militar aposentado, são alvo na manhã desta quarta-feira (21) de operação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em várias cidades da Zona da Mata Mineira, que apura denúncias relacionadas a peculato - desvio de dinheiro público - e lavagem de dinheiro.
Conforme apurações do MP, os crimes eram praticados em meio a um complexo esquema criminoso liderado por vereadores e empresários que emitiam notas fiscais “frias” com o objetivo legitimar o pagamento ilícito de verbas de gabinete aos parlamentares investigados, inclusive no cenário de empresas, imóveis e veículos registrados em nome de “laranjas.”
Nesta quarta, a operação denominada Catarse IV, cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão nas cidades de Muriaé, Divino, Eugenópolis e Ubá. Imóveis e veículos dos suspeitos também foram bloqueados. Nesta fase da operação, conforme o MP, 16 pessoas foram denunciadas e 696 crimes foram apurados. Dois vereadores investigados foram, inclusive, presidentes da Câmara Municipal de Muriaé. Um deles chegou a ser afastado do cargo e o outro ex-vereador é um policial militar da reserva (aposentado).
Balanço parcial de bens apreendidos:
1) um sítio situado no município de Muriaé;
2) uma casa de luxo situada no município de Muriaé;
3) um veículo caminhão;
4) R$ 310.550,96 em cheques apreendidos;
5) R$ 77.228,30 em dinheiro apreendido;
6) R$ 34.481,92 bloqueados judicialmente;
7) um caminhão Mercedes Benz modelo LK 1620;
8) uma caminhonete Fiat modelo Strada Freedom 13CS;
9) uma caminhonete Fiat modelo Toro Freedom;
10) VW Neobus Mega;
11) VW 24.250 CNC 6X2;
12) Reb/Tupy RA 84;
13) VW/Fusca 1300
14) VW Polo 1.6
15) I/VW Spacefox
16) Moto Honda /CG 125 FAN
17) VW/Gol Special
18) VW/Gol 1.0 Ecomotion GIV
19) VW/Voyage
20) R/Divino Santafé EF 115
21) Reb Colina CB-1
Operação Catarse
Dados gerais enviados pelo Ministério Público sobre a operação indicam que já foram cumpridos 53 mandados de busca e apreensão, dois mandados de prisão preventiva, dois mandados de prisão temporária, dois afastamentos dos cargos públicos, bem como a constrição e o bloqueio de bens e valores dos investigados, assim como pedido indenizatório de mais de um R$ 1 milhão, a título de dano moral coletivo.
A operação está em andamento e conta com a participação de promotores de Justiça, servidores do MPMG, policiais do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp), da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e da Delegacia Regional de Muriaé, todos da PCMG, e do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCOC) da 4ª Região da Polícia Militar.