A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro prenderam, na manhã desta quinta-feira (25), oito pessoas suspeitas de participar e atuar em uma das milícias mais perigosas do país chefiadas por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que atuava na zona oeste da capital fluminense e na Baixada Fluminense. De acordo com o Ministério Público, uma dos presos, acusado de liderar o grupo, foi encontrado em um hotel na cidade de Gramado (RS).
Foram cumpridos 23 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Especializada no Combate ao Crime Organizado da Capital.
De acordo com a Polícia Federal (PF), as investigações constataram “intensa articulação e planejamento minucioso” para a prática de homicídios de integrantes de facções criminosas rivais e de outras pessoas.
Segundo o MPRJ, o grupo criminoso também mantém esquema de extorsão, em que cobra o pagamento de taxas de comerciantes e prestadores de serviço que atuam nas áreas controladas pela milícia.
Entenda
A operação acontece três semanas após o assassinato do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, suspeito de integrar o grupo miliciano Liga da Justiça. Ele foi morto com dois tiros de fuzil, na barriga e na perna, quando passava pela estrada Guandu do Sapé, em Campo Grande, na zona oeste do Rio.
Segundo o Ministério Público, o grupo criminoso também mantém esquema de extorsão, em que cobra o pagamento de taxas de comerciantes e prestadores de serviço que atuam nas áreas controladas pela milícia.
“Os elementos de prova obtidos até o momento evidenciam matança generalizada fomentada pela organização, que tem como pilar para o seu funcionamento e manutenção a destruição dos integrantes da milícia rival e de quaisquer pessoas que possam auxiliar os seus inimigos, ou prejudicar o andamento de suas atividades criminosas. A investigação revelou ainda que há criminosos destacados exclusivamente para fazer, de forma incessante, o levantamento de dados pessoais e a vigilância dos alvos que devem ser ‘abatidos’”, informa o MPRJ em nota.
Não é a primeira vez que a milícia de Zinho é alvo de uma operação dos órgãos de segurança e Justiça. Em maio, a ação se concentrou contra agentes de segurança pública que colaboravam com o bando. Na ocasião, foram cumpridos dez mandados de prisão e 11 de busca e apreensão.
Os alvos da ação são investigados por organização criminosa, tráfico de armas de fogo e munições, extorsão e corrupção.