Os trabalhadores da Petrobras já estão reunidos na estrada da Regap, na Avenida do Contorno de Betim, local próximo à Rodovia Fernão Dias, onde ocorre essa manifestação.
Na semana passada, a categoria anunciou o estado de greve e uma paralisação das atividades na refinaria pode ser confirmada hoje.
“Estamos aqui na porta da refinaria em um ato dos trabalhadores e trabalhadoras da Petrobras contra a venda, a privatização, a entrega da Regap - a nossa única refinaria de Minas Gerais. Nós sabemos que onde os combustíveis ficaram mais caros, os trabalhos foram precarizados. Nós não permitiremos que aconteça aqui em Minas Gerais”, disse o o coordenador do SindiPetro-MG, o Sindicato Petroleiros de Minas Gerais, Alexandre Finamori.
Ele aponta que a privatização está sendo feito sem diálogo. “Sem nenhuma transparência. Nós sabemos que onde ocorreu ainda tem indícios de corrupção porque venderam a refinaria da Bahia pela metade do preço. Nós queremos que a empresa pare para conversar com os trabalhadores e trabalhadoras”, completou.
Segundo o sindicato, um dos impactos para a população, caso a refinaria seja vendida, será o aumento do preço da gasolina, do diesel e do gás de cozinha.
Os trabalhadores irão parar as atividades se o governo federal apresentar alguma proposta de privatização da Petrobras.
O que diz a Petrobras
“O plano de desinvestimento em refino da Petrobras representa, aproximadamente, 50% da capacidade de refino nacional, totalizando 1,1 milhão de barris por dia de petróleo processado, e considera a venda integral dos seguintes ativos: Refinaria Abreu e Lima (RNEST), Unidade de Industrialização do Xisto (SIX), Refinaria Landulpho Alves (RLAM), Refinaria Gabriel Passos (REGAP), Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR), Refinaria Alberto Pasqualini (REFAP), Refinaria Isaac Sabbá (REMAN) e Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (LUBNOR), bem como os ativos logísticos integrados a essas refinarias.
A venda dessas oito refinarias está sendo conduzida de acordo com o Decreto 9.188/2017 e a Sistemática de Desinvestimentos da Petrobras, por meio de processos competitivos independentes, os quais se encontram em diferentes estágios, conforme amplamente divulgados pela companhia. As operações estão em consonância com a Resolução nº 9/2019 do Conselho Nacional de Política Energética, que estabeleceu diretrizes para a promoção da livre concorrência na atividade de refino no país, e integram o compromisso firmado pela Petrobras com o CADE em junho de 2019 para a abertura do setor de refino no Brasil.
A Petrobras concluiu a venda da RLAM, em 30/11/2021, e as refinarias REMAN, LUBNOR e SIX já tiveram seus contratos de compra e venda celebrados e aguardam o cumprimento das condições precedentes, dentre elas, a obtenção de aprovações regulatórias, para serem concluídas. Já o processo da REGAP está em fase vinculante, conforme anunciado em 20/12/2019.”
A reportagem entrou em contato com o Ministério da Economia e aguarda um posicionamento.