Trabalhadores da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, aprovaram estado de greve e podem paralisar as atividades caso o Congresso Nacional coloque em pauta a privatização do Sistema Petrobrás. Em assembleia nesta sexta-feira (8), eles ainda rejeitaram, por unanimidade, a contraproposta do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da estatal.
“Nós aqui em Minas Gerais, com uma pauta local, aprovamos também uma greve caso coloquem a Regap à venda , a nossa única refinaria de Minas Gerais, nessa privatização descarada do nosso patrimônio por metade de seu preço. A categoria mineira mostrou mais uma vez que vai pra luta. Não permitiremos a entrega da Regap”, afirmou Alexandre Finamori, coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro/MG), em vídeo após o fim da assembleia.
Segundo a categoria, “ao oferecer um acordo sem aumento real dos salários e que retira do ACT a Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS), a Petrobrás despreza os esforços de trabalho da categoria petroleira, principal responsável pelos lucros bilionários da empresa”.
Ao longo deste mês, ao menos três atos estão confirmados pelo Sindipetro, nos dias 12, 15 e 18. O último deles, inclusive, será um ato nacional contra a venda da Regap. O sindicato sustenta que as privatizações levaram à venda por valor abaixo do mercado, usando como exemplo a a Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), em Fortaleza, negociada por R$ 34 milhões.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com a Petrobras, que se manifestou por meio de nota. Leia na íntegra:
“As negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2022 tiveram início no dia 02/06/2022 com a entrega da pauta de reivindicações pelas entidades sindicais. Após análise da pauta dos sindicatos, foi realizada uma reunião no dia 20/06/2022 entre a Companhia e representantes das entidades sindicais. Nesta oportunidade, a Petrobras apresentou sua proposta para o ACT 2022. Neste momento, os sindicatos estão realizando as assembleias com os empregados para apreciação e deliberação da proposta apresentada pela Companhia.
Ao que conseguimos identificar nas manifestações das entidades sindicais, a proposta de movimento grevista está relacionado à “[...] apresentação de projeto do governo no Congresso para privatização da Petrobras”.