Chapéus de couro, gibões e espingardas — ainda que fictícias: foi assim, com diversas referências ao sertão nordestino, que a Bem-Te-Vi encerrou os desfiles do Grupo Especial das escolas de samba, na madrugada desta quarta-feira (14). O último ato da edição deste ano do Carnaval de passarela na cidade foi, além de homenagem aos sertanejos, uma forma de recordar a história de Lampião e Maria Bonita, cangaceiros que fizeram história em suas incursões pelo Nordeste do país.
Nascido Virgulino Ferreira da Silva e apelidado de Lampião, o “Rei do Cangaço” ganhou, da Bem-Te-Vi, uma outra alcunha: “Robin Hood”. A expressão, usada no samba de enredo para definir o protagonista do desfile, se liga ao fato de o homem, apesar dos saques e assassinatos a ele atribuídos, era visto pela população como uma espécie de justiceiro social.
Fundada no Bairro Carlos Prates, a Bem-Te-Vi se mudou, recentemente, para o Aglomerado da Serra. Segundo Brenda Oliveira, diretora artística da escola, a escolha do enredo passou, justamente, pela conexão com a comunidade
"É um povo que tem pouca visibilidade – e a Serra tem muito a ver com o que eles (Lampião, Maria Bonita e seu bando) viveram na época”, disse, à Itatiaia.
Brenda, aliás, é uma espécie de figura multitarefas. Além da direção artística, ela cuidou da coreografia da comissão de frente e desfilou como musa da agremiação.
Aposta na diversidade
A Bem-Te-Vi apresentou, ao público, alas pautadas pela diversidade. Drag queens apareceram como destaques da escola. O vogue, dança ligada à cultura LGBTQIA+, também ganhou espaço, assim como grupos de dança folclórica.
"É um momento mágico para a gente”, celebrou Brenda.
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