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Sul-americanos são as principais vítimas estrangeiras de tráfico humano no Brasil, diz relatório

Dados foram divulgados nesta sexta-feira (4) pelo Ministério da Justiça

Levantamento também indica que a principal finalidade de exploração continua sendo o trabalho escravo, com 40,9% dos inquéritos instaurados pela Polícia Federal

Cidadãos sul-americanos foram as principais vítimas estrangeiras de tráfico humano no Brasil no ano passado. É o que aponta o Relatório Nacional sobre Tráfico de Pessoas de 2024, divulgado nesta sexta-feira (4) pelo Ministério da Justiça.

Dados das autorizações de residência concedidas em 2024 a migrantes vítimas de tráfico humano revelam predominância de paraguaios (68,13%), seguidos pelos bolivianos (23,08%), peruanos (3%) e argentinos (2%). Apesar disso, dados da Defensoria Pública da União (DPU) apontam para o predomínio dos brasileiros, com 153 vítimas nacionais atendidas.

O levantamento também indica que a principal finalidade de exploração continua sendo o trabalho escravo, com 40,9% dos inquéritos instaurados pela Polícia Federal. Na sequência, vêm os casos de exploração sexual (31,5%), servidão (21,5%), e adoção ilegal (6%).

Segundo o Ministério da Justiça, no ano passado, não houve inquéritos relacionados à remoção de órgãos, o que pode indicar subnotificação ou dificuldade de identificação do crime, já que a prática é geralmente clandestina e com baixa rastreabilidade.

A maior parte das vítimas foram homens, principalmente em situação de trabalho análogo à escravidão, enquanto as mulheres predominam quando a finalidade é a exploração sexual.

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Mais investigações

O número de inquéritos instaurados pela PF aumentou de 103, em 2023, para 149, em 2024. Apesar disso, as investigações que resultaram em indiciamento se manteve estável – foram 75 em ambos os anos.

A maior parte dos casos continua concentrada nas regiões Sudeste e Sul. Entre os estados, São Paulo lidera o ranking, com 36 inquéritos, seguido pelo Rio Grande do Sul (16), Paraná (15), Rio de Janeiro (14) e Santa Catarina (12).

Minas Gerais ocupa a sexta posição, com 8 investigações, empatado com a Bahia.

Repórter de política em Brasília. Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), chegou na capital federal em 2021. Antes, foi editor-assistente no Poder360 e jornalista freelancer com passagem pela Agência Pública, portal UOL e o site Congresso em Foco.