Prefeitura de SP quer limitar shows no Vale do Anhangabaú até 23h

Definição de um teto de horário foi comunicada à concessionária Viva o Vale, responsável pela administração do espaço desde 2021

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A Prefeitura de São Paulo informou que pretende proibir a realização de shows musicais no Vale do Anhangabaú, no centro da capital, após as 23h. A definição de um teto de horário foi comunicada à concessionária Viva o Vale, responsável pela administração do espaço desde 2021, e deverá entrar em vigor a partir de 2026.

Em nota, a Secretaria Municipal das Subprefeituras (SMSUB) afirmou que a concessionária foi oficialmente notificada para que os eventos realizados no local sejam encerrados até as 23h. “A concessionária Viva o Vale foi notificada para que os eventos realizados no Vale do Anhangabaú sejam encerrados até as 23h, a partir de 2026”, informou a Prefeitura.

Procurada pela reportagem, a Viva o Vale não havia se manifestado até a publicação deste texto. O espaço permanece aberto para eventos.

A decisão foi anunciada poucos dias após a apresentação do DJ alemão Boris Brejcha, realizada na noite de 19 de julho, que teve início às 22h e avançou pela madrugada de sábado, 20. De acordo com a divulgação do evento feita pela própria concessionária, o encerramento estava previsto para as 5h.

Embora a maioria das atrações promovidas no Vale do Anhangabaú não ultrapasse o horário das 23h, alguns eventos realizados em 2025 avançaram pela madrugada, como o Aniversário da Sereiona, em julho, e o Festival Castro, em junho — ambos com término às 5h.

Segundo a Prefeitura, representantes da SMSUB e da concessionária se reúnem periodicamente para discutir medidas que reduzam os impactos aos frequentadores e aos moradores do entorno durante grandes eventos. Ainda de acordo com a administração municipal, o espaço recebe cerca de 5 mil atividades por ano.

Limite de barulho

O debate sobre o horário dos eventos ocorre em meio a discussões sobre o controle de ruído na capital paulista. Em dezembro do ano passado, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) sancionou uma lei que alterava a Lei de Zoneamento e retirava o limite de barulho para shows e eventos de grande porte — com público entre 5.001 e 40 mil pessoas. Com isso, essas atividades deixariam de ser fiscalizadas pelo Programa Silêncio Urbano (PSIU), que estabelece limites entre 40 e 65 decibéis, conforme o horário e o tipo de zoneamento.

Em setembro, no entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) acolheu uma Ação Direta de Inconstitucionalidade apresentada pelo Ministério Público e suspendeu a mudança, ao considerar a retirada do limite de ruído inconstitucional. Com a decisão, voltaram a valer as regras anteriores de controle de barulho para eventos na cidade.

* Informações com Estadão

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