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Megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio é a mais letal da história

Até o momento, autoridades divulgam 64 mortos em ação nos complexos do Alemão e da Penha na capital fluminense

Pelo menos 81 pessoas foram presas

A operação nos complexos do Alemão e da Penha contra o Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (28), é a mais letal da história da capital fluminense. Até o momento, as autoridades confirmaram a morte de 64 pessoas, sendo quatro policiais.

O número de mortes é o dobro do registrado em uma operação na favela do Jacarezinho, em maio de 2021, quando 28 pessoas foram mortas em um intenso tiroteio. Os dados são do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), que mapeia ações policiais desde 1989.

A terceira operação que mais deixou mortos na história foi em maio de 2022, na Vila Cruzeiro, também no Complexo da Penha. Na ocasião, 24 pessoas foram mortas em uma operação deflagrada para impedir uma “suposta migração para a Rocinha”.

Segundo o governador Cláudio Castro (PL), a operação desta terça-feira excedeu as competências do estado com segurança pública e se tornou uma situação de “estado de defesa”. Não é mais só responsabilidade do estado, excede as nossas competências. Já era pra ter um trabalho de integração com as forças federais. O Rio está sozinho”, disse.

O governador também afirmou que essa é a maior operação da história das forças de segurança do estado. A ação contou com mais de um ano de investigação e 60 dias de planejamento.

“Uma operação do estado contra narcoterroristas– quem faz o que eles fazem são narcoterroristas. Já temos relatos de tentarem fechar a avenida Brasil e outras vias para desviar a atenção. Há grande possibilidade de lideranças encurraladas, detidas ou neutralizados”, disse.

Balanço de operações na cidade do Rio:

  • Complexo do Alemão e Complexo da Penha - 64 mortos
  • Jacarezinho (maio de 2021) - 28 mortos;
  • Vila Cruzeiro (maio de 2022) - 24 mortos;
  • Complexo do Alemão (junho de 2007) - 19 mortos;
  • Senador Camará (janeiro de 2003) - 15 mortos;
  • Fallet/Fogueteiro (fevereiro de 2019) - 15 mortos;
  • Complexo do Alemão (julho de 1994) - 14 mortos;
  • Complexo do Alemão (maio de 1995) - 13 mortos;
  • Morro do Vidigal (julho de 2006) - 13 mortos;
  • Catumbi (abril de 2007) - 13 mortos;
  • Complexo do Alemão (agosto de 2004) - 12 mortos.

Fonte: Geni-UFF

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Jornalista formado pela UFMG, Bruno Nogueira é repórter de Política, Economia e Negócios na Itatiaia. Antes, teve passagem pelas editorias de Política e Cidades do Estado de Minas, com contribuições para o caderno de literatura.