Motociclistas cortaram o Centro de Belo Horizonte nesta segunda-feira (10), tanto em frente à prefeitura da capital, quanto à Câmara Municipal, em protesto pela melhor remuneração para viagens e a regulamentação municipal da categoria.
Tramita na Casa um projeto de lei construído pela categoria e que traz algumas regras para a atuação. A medida vem diante do temor dos trabalhadores por uma regulamentação federal mais restritiva. Aprovado em primeiro turno em 9 de junho, a matéria voltou às comissões e pode ser votada em plenário, em definitivo, ainda neste mês.
Um dos líderes do ato, Junio Souza, de 34 anos, explica que a categoria, que é representada por motociclistas de aplicativo, como o iFood, o Uber e a 99, reivindica melhores taxas e não um vínculo trabalhista, como é discutido em âmbito nacional.
“A gente não responde como sindicato, como a maioria dos trabalhadores. Essa alteração, ela vai fazer a gente quase voltar de novo para a carteira assinada, reduzir o nosso o nosso dinheiro. Vai querer nos colocar um vínculo trabalhista, sendo que a gente não quer esse vínculo trabalhista. E essa lei que está vindo aí, está proibindo a gente, no âmbito federal, de levar o passageiro na moto”, explica.
Em âmbito municipal, o objetivo é aprovar a lei que regulamenta o serviço, além de cobrar melhor remuneração. “A gente não tem movimento político, nem de esquerda e nem de direita. Aqui é motoca defendendo motoca”, completa.
Já sobre a remuneração, os trabalhadores cobram as plataformas por um maior repasse aos motoristas e ainda pedem o fim da chamada “entrega casada” ou “entrega dupla”.
A reportagem da Itatiaia procurou as empresas de aplicativo para um posicionamento sobre as tentativas de regulamentar o setor, mas ainda não houve resposta. O espaço continua aberto.