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‘Serial killer’: Ana Paula confessa homicídio e diz por que deixou corpo em sofá por 5 dias

Estudante de direito é suspeita de matar quatro pessoas no RJ e em SP

Mulher é acusada ser ‘serial killer’ por matar 4 pessoas em SP e RJ

Chamada de “serial killer” pela Polícia Civil de São Paulo (PCSP), a estudante de Direito Ana Paula Veloso admitiu durante um depoimento ter matado Marcelo Hari Fonseca, proprietário do imóvel em que vivia em Guarulhos, na noite de 26 de janeiro de 2025, segundo reportagem do jornal “O Globo”.

De acordo com a reportagem, Ana Paula teria dado uma facada em Marcelo após uma discussão, mas somente acionou a polícia cinco dias depois, quando seu filho começou a reclamar do cheiro forte e ela percebeu larvas caminhando pela casa.

Os peritos não encontraram sinais de violência externa no corpo de Marcelo, que teria sido o primeiro de quatro assassinatos cometidos por envenenamento atribuídos à universitária.

Ainda segundo “O Globo”, Ana Paula contou que ela e a irmã teriam feito o pagamento de R$ 2 mil para residirem nos fundos da casa, junto com dois adolescentes, filhos delas, e alguns cães. Pouco depois, ocorreu uma discussão com o proprietário, que teria ameaçado o filho de Ana Paula e tentado invadir a área reservada à família.

“Ele sentou no sofá e ficou com os braços abertos, falando um monte de coisa na minha cara. Aí dei uma facada nele debaixo da axila direita”, relatou Ana Paula, segundo “O Globo”.

A universitária escondeu o corpo com um lençol para que o filho e a sobrinha não vissem Marcelo ferido, jogou a faca fora no dia seguinte e só chamou a polícia cinco dias depois. Câmeras corporais da PM registraram sua chegada, com Ana Paula se apresentando como inquilina e sorrindo ao saber da morte da vítima, embora a confissão só tenha ocorrido meses depois, na delegacia, após prisão.

As quatro vítimas

Ana Paula é suspeita de matar quatro pessoas entre janeiro e maio de 2025:

  1. Marcelo Hari Fonseca – morto em janeiro, em Guarulhos (proprietário do imóvel de Ana Paula);
  2. Maria Aparecida Rodrigues – morta entre 10 e 11 de abril em Guarulhos (vítima visitou a casa de Ana Paula);
  3. Neil Corrêa da Silva – morto em 26 de abril, em Duque de Caxias, RJ (pai de um ex-colega de Ana Paula; ela teria viajado para executar o crime, que foi supostamente ‘encomendado’);
  4. Hayder Mhazres – morto em 23 de maio em São Paulo (morreu no saguão do prédio após tomar um milk-shake acompanhado de Ana Paula).

No caso de Neil Corrêa da Silva, Ana Paula é suspeita de envenenar a feijoada da vítima e confessou ter matado dez cachorros para testar o veneno, segundo o delegado Halisson Ideiao. Os animais foram envenenados com terbufós, um agrotóxico proibido no Brasil e altamente tóxico para humanos e animais.

Ainda de acordo com a polícia, Ana Paula teria contado com a ajuda da irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes, para aplicar o veneno e matar as quatro vítimas. A filha de uma das vítimas, Michelle Paiva da Silva, está envolvida apenas na morte do pai, Neil. Todas estão presas: Ana Paula foi detida em julho, Roberta em agosto e Michelle na última terça-feira (7).

O Ministério Público afirma que Michelle pagou R$ 4 mil às irmãs para matar seu próprio pai, enquanto Ana Paula e Roberta teriam sido responsáveis por aplicar o veneno nas demais vítimas.

Modus operandi

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Segundo as investigações, Ana Paula agiu por motivo torpe em todas as quatro mortes.

Os crimes seguiram um padrão semelhante, com uso de envenenamento e métodos que impediam a defesa das vítimas, conforme consta na denúncia apresentada pelo Ministério Público. Todas as mortes teriam sido provocadas com substâncias tóxicas.

Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.