Juliana Damasceno, vice-coordenadora e professora do curso de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA) denunciou, nesta quarta-feira (15), um episódio onde teria sido xingada de “vadia” por três vezes pelo presidente do Centro Acadêmico Ruy Barbosa (CARB), Pedro São Paulo. A situação ocorreu em uma Congregação da universidade, no dia 6 de outubro, e foi presenciada virtualmente por outros participantes.
Na chamada de vídeo em que ocorria a reunião, é possível ver a reunião acontecendo novamente quando, em determinado momento, escuta-se Pedro xingando: “Vadia, vadia, vadia”.
Em nota, a professora afirmou que foi “alvo de ataque misógino (...) por razões da condição do meu sexo feminino e também, do exercício das minhas funções administrativas de natureza pública, com repetição agressiva e dolosa, e com evidente propósito ofensivo”.
Damasceno afirmou, ainda, que “as providências que o gravíssimo exige” foram e estão sendo adotadas.
Veja a nota, na íntegra,
Centro Acadêmico nega ofensas
O Centro Acadêmico Ruy Barbosa (CARB), em nota conjunta com Pedro São Paulo, negou que as ofensas tivessem sido dirigidas à professora.
“O áudio veiculado durante a reunião da Congregação, com expressão inadequada e lamentável, não foi dirigido à professora Juliana Damasceno. O presidente participava remotamente a partir da sala do CARB, local de circulação comum de estudantes, onde ocorriam interrupções, conversas e provocações entre colegas. Em um momento de desatenção e estresse, com o microfone aberto por descuido, reagiu a um colega próximo. A expressão, embora inadequada, não integrou, em nenhum momento, qualquer ataque à docente ou a qualquer outra mulher”, publicou o CARB.
Na nota, o centro acadêmico ainda afirma que “Logo após perceber o ocorrido, o estudante buscou, inclusive em grupo institucional interno, confirmar se as palavras haviam sido captadas e esclareceu que não haviam sido dirigidas à professora. Existem testemunhas que podem atestar a contextualização do fato”.
O texto levantou, ainda, preocupações com “o linchamento virtual” que o aluno em questão estaria sofrendo.
Leia a nota, na íntegra,
Comoção
A situação causou comoção na universidade, com diversas manifestações de solidariedade e apoio à professora. Técnicos-administrativos e profissionais terceirizados da Faculdade de Direito da UFBA emitiram uma nota conjunta de repúdio ao fato e solidariedade à Juliana Damasceno.