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Presidente da Mocidade é preso em operação do MPRJ contra jogo do bicho

Flávio é apontado como braço direito de Rogério de Andrade, também denunciado, pela constituição de organização criminosa voltada à exploração de jogos de azar

Flávio da Silva Santos, conhecido como Pepé ou Flávio da Mocidade

O presidente da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, Flávio da Silva Santos, conhecido como Pepé ou Flávio da Mocidade, foi preso nesta sexta-feira (3) em uma operação do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) contra a chamada “nova cúpula do jogo do bicho”.

Na operação também tinha mandado de prisão e busca e apreensão contra Rogério de Andrade. Ele já estava encarcerado pela morte do rival Fernando Iggnácio desde outubro do ano passado e e transferido em novembro para o Presídio Federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul.

Flávio da Silva Santos, também preso em outubro de 2024, é apontado com o braço direito de Rogério na gestão da maior organização criminosa voltada ao jogo do bicho no estado, conforme a denúncia apresentada à Justiça.

A operação é resultado de uma investigação própria do MPRJ, que acusa Rogério de Andrade e Flávio Santos de comandarem, desde 2014, o principal esquema de jogos de azar no Rio. A denúncia aponta que a dupla atua tanto na gestão dos pontos de jogo quanto em disputas violentas com grupos rivais. Entre os episódios citados, está o assassinato de Fernando Iggnácio, ocorrido em novembro de 2020, que, segundo a apuração, foi a mando de Rogério de Andrade.

Mandados e buscas

Os mandados, expedidos pela 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa, também incluem nove mandados de busca e apreensão contra Vinicius Drumond, investigado como aliado e integrante da chamada “nova cúpula do jogo do bicho”.

Segundo o MPRJ, as diligências estão sendo cumpridas em diversos endereços, incluindo a quadra da escola de samba Imperatriz Leopoldinense e um haras em Cachoeiras de Macacu.

A Justiça atendeu ao pedido do GAECO/MPRJ e determinou que Rogério de Andrade permaneça no sistema penitenciário federal, enquanto Flávio Santos, que é alvo do mandado de prisão, seja incluído em um regime federal de segurança máxima.

Corrupção policial

Além da exploração de jogos e dos confrontos entre quadrilhas, a denúncia do GAECO/MPRJ detalha a corrupção sistemática de forças policiais. O esquema envolveria o pagamento de propina a diversas unidades das Polícias Civil e Militar para garantir a continuidade das atividades ilícitas.

A operação conta com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (DRACO-IE) e do Departamento Penitenciário Nacional (DEPPEN).

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Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), Giullia Gurgel é repórter multimídia da Itatiaia. Atualmente escreve para as editorias de cidades, agro e saúde