Uma professora de uma escola estadual em Salvador revelou que quase foi envenenada por alunos de 12 anos que planejavam colocar chumbinho em balas e doces que seriam entregues como presente à educadora.
A Polícia Civil da Bahia confirmou, nesta quinta-feira (6), que o caso é investigado pela Delegacia para o Adolescente Infrator (DAI) desde a última sexta-feira (31). Segundo o registro da ocorrência, quatro alunos, sendo três meninas e um menino, teriam participado do plano após a possibilidade de ficarem de recuperação em algumas disciplinas.
Em um áudio divulgado pelo g1, a professora começa dizendo que por pouco os colegas de trabalham não teriam mais sua presença na escola.
“Pois é, meus caros colegas, amigos e professores maravilhosos… hoje quase vocês não teriam mais a amiga de vocês. Na sexta-feira, quatro alunos da escola onde trabalho estavam preparando chumbinho, colocando na bala para entregar à professora de inglês e à professora de matemática, porque não queriam ir para a recuperação”, contou a docente.
De acordo com a polícia, o caso segue em investigação, e laudos periciais nos doces apreendidos estão sendo aguardados. Durante o relato, a professora que não será identificada afirmou que só não foi vítima da ação graças à intervenção do vice-diretor.
“Deus é tão bom que alguém ouviu, acho que foi o vice-diretor. Ele chamou os quatro alunos, e eles confessaram o ato. Fiquei sabendo e, no quarto horário, já não dei mais aula. A professora de inglês também não”, relatou.
A Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC) informou que todos os envolvidos “são alunos do ensino fundamental e que, durante o depoimento, os estudantes afirmaram não ter levado o veneno para a escola naquele dia”.
“A SEC reafirma seu compromisso com o bem-estar e a segurança de professores, funcionários e estudantes, para garantir um ambiente escolar propício a uma aprendizagem de qualidade para todos”, disse a pasta em nota.
A professora contou ainda que os alunos foram encaminhados à delegacia e aproveitou para alertar outros colegas de profissão. “Fiquem atentos, em alerta, e não aceitem nada de alunos. Infelizmente, estamos vivendo assim”, desabafou.