O bombeiro que resgatou uma mulher que se afogou em alto-mar, nessa quarta-feira (25), na Praia de Itacoatiara, em Niterói (RJ), disse que foi o salvamento da vida dele.
Guarda-vida do 4° Grupamento Marítimo do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ), o cabo Bruto deu detalhes de como foi o resgate na praia que nas palavras dele "é diferente das outras”.
Em um vídeo publicado pelo Corpo de Bombeiros da cidade, é possível ver o momento em que a mulher, de 33 anos, que havia caído de uma pedra, aparece tentando nadar, mas, devido às fortes ondas, some no meio da água.
“Esse salvamento foi o salvamento da minha vida. Quando fui trabalhar em Itacoatiara as pessoas me disseram que aqui é uma praia diferente e eu realmente entendi isso. Nesse dia, eu estava trabalhando no posto junto com meu colega, o solado Bruno. (...) De repente, um monte de gente na pedra começou a gritar, acenar, começaram a chamar a gente e a gente entendeu que algo aconteceu na pedra e alguém caiu. Quando eu avistei a vítima eu vi que realmente ela tava nos últimos momentos. E eu não conseguia pensar em outra coisa a não ser ‘se eu não entrar ali ela vai afundar”.
Carregando apenas uma boia, o militar pulou no mar e, em menos de um minuto, conseguiu chegar até a mulher.
“Eu tava calmo e sabia que tinha que fazer aquilo. E naquele momento eu pulo, consigo entrar na água com facilidade, consigo ter êxito no mergulho e eu não pensei duas vezes e falei: ‘Deus, me guia até essa mulher. Eu não tô conseguindo enxergar nada. Eu preciso encontrar ela. Me protege’”.
O militar contou que precisou usar uma técnica que aprendeu na corporação para conseguir colocar o equipamento na vítima.
“Eu peguei a boia de resgate para ela não enganchar em nenhuma das pedras que tinham ali, coloquei a frente e comecei a bater a perna com muita força. E isso foi uma técnica que eu utilizei que não só me afastou da água, onde eu conseguia ter um pouco mais de respiração, de visibilidade da vítima, e conseguiria oferecer flutuação pra ela o mais rápido possível. Que é um dos cinco elos da cadeia de sobrevivência, que é oferecer flutuação. “
Com ajuda do colega de farda, Bruto levou a vítima, quase inconsciente, para um ponto mais seguro do mar, para que eles pudessem ser içados por um helicóptero do CBMERJ. Bruto se emocionou ao lembrar deste momento.
“Eu vi que eu não estava mais na região onde eu estava quando eu pulei e vejo o soldado Bruno. Naquele momento, eu vi que não estava só. Deus estava comigo. Eu tinha um colega comigo. A importância de trabalhar com outra pessoa junto. E ele fez aquela parte de acalmar o momento e começou a vibrar”.
Com algumas escoriações pelo corpo, a mulher foi levada pela aeronave até a areia, e, de lá, encaminhada de ambulância para o Hospital Municipal Mário Monteiro, em Piratininga, Niterói. Orgulhoso do resgate, o cabo Bruto contou que faria tudo de novo.
“Eu arrisquei a minha vida, arriscaria de novo, em qualquer hora, em qualquer tempo, em qualquer mar. (…) Tô feliz porque a vítima está bem e eu não vejo a hora de poder dar um abraço e agradecer a Deus por isso tudo”.