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‘Bet da Caixa': banco tem autorização para operar apostas e já registrou marcas

Caixa Econômica Federal solicitou licença ao Ministério da Fazenda e recebeu liberação para atuar no segmento até o fim de 2029

Fachada da Caixa Econômica Federal, em Brasília

A Caixa Econômica Federal possui, desde julho deste ano, a autorização do Ministério da Fazenda para operar apostas de quota fixa, as chamadas “ bets”.

A Itatiaia apurou que o setor de loterias da empresa entrou em contato com a Secretaria de Prêmios e Apostas (SPA) no dia 20 de agosto de 2024.

Em 30 de dezembro do mesmo ano, a Caixa Loterias recebeu autorização provisória e estava liberada para iniciar as operações a partir de 1º de janeiro de 2025.

Em 29 de julho de 2025, a licença provisória foi convertida em definitiva pela Portaria SPA/MF n.º 1.665/2025, com validade até 31 de dezembro de 2029.

A portaria autoriza a Caixa a operar as bets nas modalidades física e virtual conjuntamente, nos segmentos de temática esportiva e jogos online.

Além disso, foram licenciadas três marcas: “BETCAIXA”, “MEGABET” e “XBET CAIXA”.

Caixa prepara lançamento e provoca reações

Carlos Antônio Vieira Fernandes, presidente da Caixa Econômica Federal, revelou em entrevista ao Money Times, na última segunda-feira (20), que o banco público pretende começar a operar as bets até o fim de novembro deste ano.

A previsão é que as apostas de quota fixa rendam entre R$ 2 bilhões e R$ 2,5 bilhões por ano, segundo Vieira.

O Instituto de Defesa de Consumidores (Idec) reagiu ao projeto e afirmou que o mercado de apostas lucra com o vício e o endividamento.

“É uma contradição profunda: um banco público de fomento social convertendo-se em operador digital de jogos de azar”, disse. Além disso, o Idec chamou o setor de “mal regulado, socialmente danoso e pouco fiscalizado”.

“A Caixa Econômica Federal precisa decidir quem quer ser: um instrumento de cidadania e desenvolvimento, ou um operador de apostas digitais a serviço do lucro fácil. Não há conciliação possível entre esses dois papéis”, afirmou o instituto.

Com agências

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Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Na Itatiaia, escreve para Cidades, Brasil e Mundo. Apaixonado por boas histórias e música brasileira.