Um vídeo que circula nas redes sociais mostra uma estudante sendo espancada por quatro colegas de escola, na cidade de Alto Araguaia, a 415 km de Cuiabá, nesta segunda-feira (4). As imagens fortes mostram uma aluna ajoelhada, enquanto outras quatro aparecem ao redor da vítima.
Durante todo o vídeo, as adolescentes aparecem discutindo. Em determinado momento, uma delas pede para uma porta ser fechada. Em seguida, uma das agressoras desfere diversos tapas e socos contra a adolescente, que permanece ajoelhada.
No vídeo, com duração de mais de dois minutos, a estudante é agredida durante boa parte do tempo. Em certo momento, as alunas discutem sobre quem iria agredi-la primeiro.
Depois, uma das estudantes, que aparece vestindo uma blusa rosa, surge com um cabo de vassoura na mão e começa a bater na vítima, que se desequilibra e cai no chão. Por fim, uma delas ainda a chuta e puxa seu cabelo, enquanto as outras alunas debocham da situação.
No final da gravação, elas aparecem rindo e uma diz: “Tamo junto, parça”. O estado de saúde da vítima não foi informado, e ainda não há informações sobre o que teria motivado a violência.
Por meio de nota enviada à Itatiaia, a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso (Seduc-MT) informa que “já está apurando com rigor o caso de agressão envolvendo um grupo de estudantes contra uma aluna da Escola Estadual Carlos Hugueney, em Alto Araguaia, registrado em vídeo e divulgado nas redes sociais”.
Vítima é agredida com cabo de vassoura em determinado momento.
Ainda conforme a Seduc, “as equipes gestora e psicossocial da unidade e da Diretoria Regional de Educação já foram mobilizadas para prestar atendimento à vítima, aos demais envolvidos e às suas famílias, com o objetivo de oferecer acolhimento e suporte necessários”.
A secretaria disse ainda, que o caso foi registrado em uma delegacia, e que a Seduc está tomando as medidas disciplinares cabíveis, conforme as normas do Regimento Escolar e demais legislações vigentes. “Com providências firmes para que situação como esta não se repita, aplicando punições exemplares dentro do que permite a legislação. Reafirmamos nosso compromisso com a promoção de um ambiente escolar seguro, respeitoso e acolhedor para todos”.
Já a Polícia Civil informou que investiga as agressões e que as alunas montaram um grupo entre si, semelhante a uma organização criminosa, em que definiam atribuições e regras para suas integrantes. A aluna vítima das agressões estaria sendo castigada após descumprir alguma das regras criadas pelo grupo. Durante a sessão de castigo, uma das regras impostas era de que a vítima não poderia chorar, caso contrário aumentariam as agressões.
Na apuração dos fatos, foram ouvidas cerca de 10 pessoas, entre elas as menores envolvidas, os pais, a diretoria da escola e a vítima. As menores que participaram do ato confessaram as agressões contra a adolescente e também que agrediram outras quatro colegas que descumpriram as regras impostas pelo grupo.
Segundo as apurações, nos celulares das menores foram encontrados vídeos das outras agressões praticadas por elas. Uma das adolescentes identificadas, já havia sido conduzida à delegacia recentemente, ocasião em que estava andando com maiores de idade, faccionados e em posse de entorpecentes.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Marcos Paulo Batista de Oliveira, nas apurações também foi realizado o levantamento do histórico de familiares das adolescentes envolvidas, sendo constatado em algumas famílias a presença de integrantes de facção criminosa, o que pode influenciado atuação das menores.
“Durante as oitivas, foi possível verificar que algumas das menores envolvidas tentavam reproduzir no ambiente escolar, aquilo que presenciavam dentro de casa”, disse o delegado.