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Filho se revolta com falta de atendimento e carrega corpo da mãe morta pelas ruas do Rio

Idosa de 100 anos morreu de mal súbito em casa, na Zona Norte; Samu acionou Serviço Social, que não teria aparecido

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um homem carregando o corpo da mãe, uma idosa de 100 anos, numa cadeira de rodas. A Polícia Civil investiga o caso que aconteceu nesta quarta-feira (22), na Rua Cândido Benício, no bairro do Campinho, Zona Norte do Rio.

As imagens, postadas por testemunhas, mostram o homem empurrando o corpo da idosa enquanto populares prestam atenção na cena. Um homem que passava pelo local chega a xingá-lo.

“Você ta fud… olha tua mãe morta aí, rapaz!”

Em depoimento na 28ª DP (Campinho), o filho, que morava com a mãe na comunidade Bateau Mouche, contou que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) quando a idosa teve um mal súbito na tarde de terça (21). No entanto, o Samu só teria ido ao local após a segunda ligação.

Na chegada da equipe, a médica atestou a morte da idosa e afirmou que o Serviço Social iria buscar o corpo, mas nenhuma equipe foi até a residência.

Ainda conforme o depoimento, o filho ficou revoltado com a demora e decidiu colocar o corpo da própria mãe em uma cadeira de rodas para pedir ajuda no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) da Praça Seca, perto da comunidade.

Ele alegou ainda que chegou a ser agredido por populares que desconfiaram dele ao ver a idosa morta da cadeira de rodas.

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Resposta

Por meio de nota, o Corpo de Bombeiros disse que, somente nesta quarta-feira (22), às 7h54, foi acionado pela 28ª Delegacia de Polícia e recebeu a guia para recolhimento do corpo. Ainda segundo a corporação, a vítima, identificada como Aurora do Nascimento Marques, foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML).

Já a PM informou que policiais militares do 18°BPM (Jacarepaguá) foram acionados para uma ocorrência de encontro de cadáver na Rua Cândido Benício, no Campinho. Ainda segundo a PM, ao constatar o fato, a perícia foi acionada e a ocorrência encaminhada para a 28ª DP.

A Polícia Civil disse que os agentes apuram as circunstâncias da morte da mulher, além das agressões sofridas pelo filho e da ameaça de traficantes de expulsá-los da comunidade.

A Secretaria de Assistência Social do município afirmou que o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Gonzaguinha, na Praça Seca, está à disposição da família da vítima para prestar o suporte necessário.

A pasta disse ainda que oferece o serviço de enterro gratuito para pessoas em situação de vulnerabilidade.


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Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.
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