O fotografo brasileiro, Flávio de Sousa Castro foi à Paris, na França, para cobrir um casamento com seu sócio Lucien Esteban no início do mês de novembro deste ano. Contudo, quando era para ele voltar ao Brasil, na última terça-feira (26), ele chegou a fazer check-in para o voo de volta, mas desapareceu. Desde então, ele é procurado por familiares, amigos e pelas autoridades francesas.
O que Flávio foi fazer em Paris?
Ele foi a trabalho para fazer as fotos do casamento da mineira Isabella de Lima, que aconteceu em Paris, na França. Segundo a jovem, a escolha da empresa de fotografia de Lucian e Flávio se deu por causa da amizade que ela tem com os dois, por causa da competência deles e porque eles teriam mais facilidade de estarem em Paris. “Eles teriam mais facilidade na França, o Lucien tem família em Paris e Flávio também era uma pessoa que ia muito a Paris. Não era a primeira vez que ele estava lá e ele falava fluente francês”, explicou.
Além disso, ela afirmou que levou outros fornecedores do Brasil para o casamento e que Flávio foi o que quis estender mais a viagem. “Ele foi o fornecedor que ficou lá mais tempo”, afirmou.
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Como Flávio estava antes do desaparecimento?
Isabella comentou que nos dias da cobertura do casamento Flávio estava muito feliz e que os convidados dela, inclusive, chegaram a comentar que ele havia sido muito atencioso. “Ele estava muito feliz, ele estava radiante. O Flávio é muito responsável e carismático, então assim, todos os convidados do meu casamento estão desolados [com o desaparecimento do fotografo].”
Quando Flávio chegou à Paris?
O fotógrafo chegou em Paris no dia 1° de novembro desse ano. Ele tinha passagem agendada para volta na última terça-feira (26).
O que aconteceu com Flávio?
Segundo relato de amigos e familiares, antes do dia do embarque para o retorno ao Brasil, Flávio sofreu um acidente e caiu no Rio Sena. Conforme, Lucien Esteban e Rafael Basso - amigo de Flávio que mora em Paris - após o acidente o fotógrafo foi levado ao Hôpital Européen Georges Pompidou e liberado na última terça-feira (26).
Conforme a nota enviada a imprensa, após sair do hospital Flávio foi ao escritório da ‘checkmyguest’, empresa responsável pelo Airbnb onde o fotografo estava hospedado. Na ocasião, ele teria tentado estender a estadia por mais uma noite no apartamento.
“Aparentemente esteve em seguida no apartamento, localizado na 7 Rue des La Reculette, Paris, 13e, e após isso parou de responder mensagens e não deu mais notícias”, aponta a nota.
Como está o andamento das buscas?
Ainda de acordo com a nota, após Flávio não responder mais às mensagens, a mãe dele começou a ligar insistentemente para o celular do fotógrafo e, na madrugada de quinta-feira (28), uma pessoa estranha que não falava português atendeu ao telefone. Em seguida, ela passou o celular para um brasileiro que explicou que acharam o telefone dele em um vaso de plantas por volta das 7h da manhã de quarta-feira (27).
O sócio da Flávio, Lucien Esteban, explicou à Itatiaia que, na França, o protocolo de buscas de desaparecidos é diferente do brasileiro. “No Brasil, após 72 horas uma pessoa já é considerada desparecida e já é iniciada uma investigação. Na França, parece que, inicialmente, o desparecimento é considerado como se fosse voluntário. Então, é como se a pessoa quisesse e, por respeito a essa decisão da pessoa, não pode ser aberta uma investigação”, explicou à Itatiaia.
Segundo Rafael Basso, que tem procurado auxílio das autoridades francesas, ainda não se sabe direito qual é o andamento das investigações. “O caso passou para uma brigada especializada em pessoas desaparecidas. Os únicos que conseguem ter acesso a essa brigada, porque se trata de uma equipe interna da Polícia Federal daqui, é a embaixada brasileira. É embaixada que tem protocolos de contato”, afirma.
Com quem e onde estão os pertences de Flávio?
A mala, o celular e os documento de Flávio, no momento, estão com Rafael Basso - que recebeu autorização da família para abrir os pertences. Contudo, o mineiro escolheu não mexer nos itens do fotógrafo sem a presença de autoridades consulares ou da polícia francesa, para evitar ser responsabilizado ou alterar alguma prova importante do caso.
“O que a gente espera é que o consulado nos dê uma assistência [aos amigos de Flávio que estão na França], porque estamos com os pertences de uma pessoa que está desaparecida. O que a gente tem que fazer com isso e qualquer decisão que a gente tem que tomar tem que ser feita junto com o consulado”, afirmou.
O que o Itamaraty e consulado brasileiro na França já fizeram?
De acordo com Bosso, até o momento o Itamaraty e a embaixada entraram em contato com a família, explicando que a polícia entrou em contato com todos os hospitais e que não haviam encontrado nenhum traço de Flávio. “Eles informaram que a polícia não podia fazer mais nada e que eles não abrem as câmeras em caso de desaparecimento”, afirmou.
Ao G1, uma familiar que não quis se identificar, explicou que o Itamaraty entrou em contato e afirmou que estão as autoridades francesas têm feito buscas em hospitais psiquiátricos e necrotérios.
O que diz o Itamaraty?
“O Ministério das Relações Exteriores, por meio do Consulado-Geral do Brasil em Paris, tem conhecimento do caso, está em contato com as autoridades locais e presta assistência consular aos familiares do nacional”.
A Itatiaia voltou questionar ao Itamaraty sobre o apoio a Rafael Bosso e aguarda resposta.