A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão em três postos de combustíveis, uma casa de câmbio e uma residência na cidade de Uberlândia nesta quinta-feira (27). As ações fazem parte da operação ‘Fruto Podre’ que investiga um grupo criminoso especializado em crimes de lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsidades materiais e ideológicas.
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Ela é a continuação da operação “Terra Fértil” deflagrada no início do mês de julho pela Polícia Federal e que resultou na prisão do narcotraficante Ronald Roland em Uberlândia.
Nesta segunda parte da operação, realizada em postos de combustíveis e em uma casa de câmbio, a PF descobriu indícios de que um dos foragidos da primeira fase está escondido no Paraguai. “Ele tem residência em Foz do Iguaçu e teria recebido quase R$ 1 milhão referente ao pagamento de um sequestro ocorrido em janeiro de 2024”, informou a corporação.
A operação “Terra Fértil” revelou uma grande engrenagem montada para lavar dinheiro do tráfico de drogas. Conforme a corporação, no esquema, estavam envolvidas mais de 100 empresas de diversas áreas, como construção civil, aviação, locação de veículos, comércios em geral e investimento em criptomoedas. Além disso, mais de 200 pessoas participaram da engrenagem.
Como resultado, o grupo criminoso movimentou em cinco anos mais de R$ 5 milhões.
Operação ‘Terra Fértil’
Na primeira semana de julho, a Polícia Federal cumpriu nove mandados de prisão preventiva e 80 de busca e apreensão em Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Bahia e Goiás pela operação ‘Terra Fértil’. Na ocasião, a PF buscava descapitalizar e desarticular uma organização criminosa atuante no tráfico internacional de drogas.
Conforme apuração da Folha de São Paulo, os principais alvos da operação são o narcotraficante Ronald Roland e seus aliados. O criminoso morava em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, e tinha relações de proximidade com a facção paulista Primeiro Comando da Capital (PCC).
O traficante já era conhecido da Polícia Federal. Em operações passadas, ele foi investigado como suspeito de ser o responsável por transportar drogas das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) até violentos cartéis mexicanos, como o de Sinaloa e Los Zetas.
Segundo a PF, as investigações revelaram que o grupo criminoso funcionava em uma complexa engrenagem, com a participação de uma grande quantidade de pessoas, sendo algumas ligadas ao PCC.
A corporação afirma que Roland e seus aliados tentavam esconder o patrimônio proveniente da prática de inúmeros crimes, entre eles o tráfico internacional de drogas. Para isso, os envolvidos criavam empresas de fachada e adquiriam imóveis e veículos de luxo. Eles também usavam as empresas para movimentar uma grande quantia de valores, incompatíveis com seu capital social.
*Com informações de Fernanda Rodrigues