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Quem foi César Lattes? Google homenageia físico brasileiro em aniversário de 100 anos

Lattes foi indicado ao prêmio Nobel sete vezes e se tornou mundialmente conhecido após descoberta do Meson Pi, partícula que explica a estabilidade da matéria

César Lattes, pesquisador brasileiro sete vezes indicado ao Prêmio Nobel de Física

O curitibano Cesare Mansueto Giulio Lattes, que dá nome à plataforma de currículos acadêmicos do Brasil, completaria 100 anos nesta quinta-feira (11). César Lattes, como também era conhecido, foi um físico e pesquisador brasileiro que chegou perto de ganhar um prêmio Nobel de Física.

Como legado, Lattes deixou, além de uma grande descoberta para a ciência, mais de 800 pesquisadores “herdeiros” acadêmicos, em seis gerações de cientistas.

Aos 19 anos, em 1943, César formou-se em física pela Universidade de São Paulo (USP). Logo após, ficou entusiasmado com pesquisas feitas na Inglaterra sobre detecção de partículas de raios cósmicos, tema que já trabalhava com seus professores Gleb Wataghin e Giuseppe Occhialini, no Departamento de Física.

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Em 1946, foi para a Universidade de Bristol, no Reino Unido, para trabalhar no laboratório de Cecil Powell na calibração das novas emulsões nucleares, um detector de partículas que era um aperfeiçoamento das chapas fotográficas comuns.

Meson Pí

Assim, com 23 anos, Lattes descobriu o Meson Pí ou Pion, uma partícula que explica a estabilidade da matéria. Essa partícula seria responsável por mediar a interação entre prótons e nêutrons dentro do átomo, permitindo que permaneçam unidas.

Após a descoberta, o pesquisador se tornou mundialmente conhecido. No entanto, o pesquisador Cecil Powell foi o laureado com o Prêmio Nobel pelo achado do Meson Pí. Lattes foi indicado ao prêmio sete vezes, mas nunca ganhou.

“Esse Doodle animado celebra o aniversário de 100 anos do físico e professor brasileiro César Lattes, que descobriu a partícula subatômica chamado pion oi meson pi e contribuiu para avanços no entendimento sobre forças nucleares”, apresenta o Google, em sua homenagem

Pesquisadores “filhos”

A partir de César Lattes, um levantamento feito na Universidade Federal do ABC (UFABC) constatou que foram formados 851 outros pesquisadores da área. Lattes orientou sete pesquisadores que, por sua vez, orientaram outros 98 cientistas, “netos” de César. O levantamento concluiu que a “descendência” científica de Lattes é de:

  • 7 filhos;
  • 98 netos;
  • 304 bisnetos;
  • 347 trinetos;
  • 86 tetranetos;
  • 9 pentanetos.

Vida pessoal

Além de renomado mundialmente, César Lattes teve quatro filhas e foi um apaixonado pela educação. Ele morreu em 2005, aos 80 anos, em Campinas (SP).

Durante toda a vida, Lattes defendeu a ciência no Brasil. Ele foi convidado para trabalhar em institutos e universidades de várias partes do mundo, mas escolheu seu país de origem, lutando para defender os temas da física e a necessidade de investimento na ciência nacional.

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* Sob supervisão de Marina Dias.


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Pablo Paixão é estudante de jornalismo na UFMG e estagiário de jornalismo da Itatiaia