O empresário Adriano Domingues da Costa, de 47 anos, que atirou contra o carro de um casal durante uma briga de trânsito em Boituva, no interior de São Paulo, deve se apresentar à polícia nos próximos dias.
Em entrevista à Folha de São Paulo, o advogado Luiz Carlos Tucho de Souza e Castro Valsecchi, que defende Adriano, negou que esteja foragido, como afirma a polícia. Ele afirma que conversou, nesta segunda-feira (17), com um delegado de Itapetininga (SP) para negociar quando o empresário irá se apresentar a polícia.
“Combinei com ele a apresentação do Adriano, numa data que eu acertei com ele. Ele vai se apresentar, portanto, o Adriano não está fugindo de ninguém, a arma vai ser devolvida, o Adriano vai prestar o depoimento”, disse.
Empresário diz que foi ameaçado
Segundo o advogado, o carro onde estavam Gabrielle Gimenez e William Isidoro atingiu a traseira da caminhonete de Adriano. Após a batida, Valsecchi afirma que o casal perseguiu o veículo do empresário por 40 minutos e que eles teriam ameaçado a família dele.
O advogado alega que Adriano só efetuou os disparos porque percebeu que o veículo era blindado, o que impediria que as balas atravessassem o vidro.
Valsecchi diz que seu cliente só saiu do seu carro armado, apontando a arma para o casal, para assustar o condutor do outro veículo, que estaria provocando o empresário. Contrariando a versão do casal, o advogado diz que o motorista que gravou o vídeo é que teria batido no carro dele, propositalmente.
“Ele foi perseguido numa rodovia, jogaram o carro para cima do carro dele. Ele tentou fugir, o perseguidor estourou uma cancela de um pedágio, ficou atrás dele o tempo todo, imagens da concessionária vão demonstrar isso, e até que chegou no momento que ele parou e tirou a arma para fora”, disse.
“Depois que a coisa esquentou, ele, tendo a arma, fez essa bobagem. Não tivesse a arma, talvez estivesse morto também, não se sabe até onde o cara iria com essa perseguição”, acrescentou.
Casal diz que empresário dirigia em alta velocidade e provocou a batida
Em entrevista ao Encontro, da TV Globo, Gabrielle e William disseram que o
“Tudo aconteceu devido a uma colisão. Ele estava em alta velocidade e bateu na lateral do nosso carro. Nós pedimos para ele encostar e, quando encostou, já desceu armado. Na segunda parada, eu já estava em contato com o 190, informando a nossa localização para que eles pudessem enviar uma viatura”, disse Gabrielle.
Segundo a advogada de defesa do casal, Nayara Souza, os veículos pararam duas vezes após a colisão. Na primeira, Adriano desceu armado e deu uma coronhada na janela do passageiro. Na segunda vez, o motorista desceu novamente armado e atirou contra o carro três vezes: um na direção da passageira e dois no pneu do veículo.
Ao Encontro, William disse que é instrutor de tiro, mas que não estava armado no momento da confusão. “Nós sabemos que naquele momento não poderíamos estar armados. Isso foi constatado pela polícia. Quando paramos no posto, os policiais constataram que não havia arma no nosso carro”, afirmou.
Relembre o caso
Durante uma discussão de trânsito na Rodovia Castello Branco, em Boituva, na sexta-feira (14), Adriano desceu da Hilux que dirigia e foi até o carro do outro motorista perguntando se ele “estava feliz”. Ele disparou três vezes.
Em outro vídeo, o empresário aparece dentro da caminhonete, que estava à frente do carro do cinegrafista, enquanto a esposa dele fala ao telefone com a Polícia Militar, e pede para abaixar o vidro do veículo.
Adriano teve a prisão temporária decretada pela Justiça e é procurado por tentativa de homicídio contra o casal que trafegava pela rodovia.