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Píton albina da Ásia é achada em chácara onde quatro jovens foram mortos em Alagoas

Serpente com 5 metros de comprimento era mantida em banheiro; escultor confessou ter cometido chacina após jovens supostamente furtarem um celular

Píton albina mede cerca de 5 metros

Uma cobra píton albina com mais de 5 metros de comprimento foi encontrada na chácara de um escultor acusado de matar quatro jovens com idades entre 17 e 20 anos em Arapiraca, no Alagoas. Os corpos das vítimas foram encontrados na última sexta-feira (19) dentro de um poço na propriedade do autor, que é atirador desportivo e caçador (CAC).

Segundo o Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar do Alagoas, o animal é uma espécie exótica com origem asiática. Considerada uma das maiores serpentes do mundo, a píton asiática consegue matar uma presa asfixiada com facilidade, se enroscando na vítima. Nesse caso em questão, o animal é albino, o que o faz ser considerado ainda mais raro. O animal era mantido pelo autor do crime em um banheiro, junto com uma jiboia.

A píton é capaz de se reproduzir sozinha e, por conta da ausência de predador no Brasil, pode causar desequilíbrio ecológico caso viva ao ar livre. As duas serpentes foram levadas para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama)

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Chacina

As vítimas foram identificadas como Letícia da Silva Santos, de 20 anos; Lucas da Silva Santos, de 15 anos; Joselene de Souza Santos, de 17 anos e Erick Juan de Lima Silva, 20 anos. A mãe de Letícia e Lucas denunciou que os jovens haviam desaparecido desde o dia 13 de abril. Os quatro prestavam serviços de limpeza para o escultor, que produziu imagens sacras para várias cidades do Alagoas.

A mãe de Letícias e Lucas também relatou aos policiais que moradores da zona rural de Arapiraca haviam escutado cerca de 20 tiros em sequência, fato que teria chamado a atenção dos moradores. Os investigadores fizeram buscas e encontraram o local dos possíveis disparos, que servia como ateliê do escultor. Os cadáveres foram encontrados dentro de um poço e os agentes levaram cerca de cinco horas para retirá-los do local.

O escultor foi preso e confessou ter cometido o crime junto com um sobrinho e um comparsa, que são considerados foragidos. O autor teria matado Lucas e Erick após eles supostamente furtar um celular e um equipamento deles. O escultor alega ter dado um tiro acidental em um deles enquanto procurava os jovens e, depois disso, decidiu executá-los todos.

Pelo menos 10 armas e uma caminhonete foram encontradas na propriedade, assim como as duas cobras criadas pelo escultor. O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil.


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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.