Condenado a mais de 30 anos de prisão pela morte de Isabella Nardoni, Alexandre Nardoni, pai dela, pode
‘Eu me sinto ofendida como mãe e em memória da minha fiha. A gente sabe que vai acontecer, mas não espera que aconteça. Sabendo tudo o que aconteceu, vivendo a história, eu me sinto bem triste’, afirmou à apresentadora Patrícia Poeta.
Nardoni foi condenado por matar a filha, de apenas cinco anos. Ele foi condenado a mais de 30 anos de prisão, cumpriu 16 e pode ser solto em abril, após ter a pena reduzida em quase mil dias. Em outubro de 2023, ele teve redução de 96 dias da pena após ter trabalhado por 277 dias e lido o livro ‘Carta ao Pai’, de Franz Kafka.
Além desses 96 dias, Alexandre conseguiu reduzir a pena em 894 dias, o que equivale a cerca de dois anos e nove meses, também através de trabalhos e estudos realizados dentro da prisão, conforme a Justiça. Ele cumpre pena na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, em Tremembé, São Paulo.
Ana Carolina demonstrou revolta sobre a soltura de Anna Carolina Jatobá
Anna Carolina Jatobá, à época madrasta de Isabella, também foi condenada, mas deixou a prisão em junho e cumpre a pena em regime aberto. Para Ana Carolina Oliveira,
‘Desde que ela saiu, ela tem uma vida igual a minha. A parte da Justiça foi feita mas o que me indigna são esses benefícios de poder ter a oportunidade de uma saidinha. [...] Ser preso é se privar. Você poder viver bem a vida, dormir na sua casa, sua cama, não é uma privação’, disse.
Relembre o crime
Policiais foram acionados no dia 29 de março de 2008 após o síndico de um edifício alegar que um assaltante entrou em um apartamento e atirou uma criança do sexto andar. A menina era
A pequena estava em um apartamento do Edifício London, na Zona Norte de São Paulo, onde Alexandre Nardoni (seu pai) e Anna Carolina Jatobá (sua madrasta) viviam com outros dois filhos. Isabella ficava entre a casa do pai e da madrasta e a da mãe, Ana Carolina Cunha.
Quando a polícia chegou ao local encontrou Isabella no gramado e o pai dela, Alexandre, aparentemente preocupado. Ela foi socorrida, mas morreu a caminho do hospital.
No apartamento, Alexandre e Anna Carolina confirmaram a versão de que um assaltante entrou no imóvel e atentou contra Isabella. O casal foi levado para a delegacia, onde foi interrogado por pelo menos 24 horas. Durante depoimento, eles voltaram a falar do suposto roubo.
Contradições
No decorrer das investigações, a polícia elencou diversas informações desencontradas. O casal foi desmentido por vizinhos e também por registros telefônicos. Em 2008, o promotor Francisco Cembranelli relatou em coletiva que Alexandre e Anna Carolina brigavam frequentemente.
Os policiais não encontraram sinais de arrombamento no apartamento - que poderia justificar a tentativa de roubo - e não havia sinais de luta corporal. Além disso, gotas de sangue de Isabella foram identificadas na entrada da sala e no carro da família. A autópsia também constatou que a pequena foi morta por asfixia antes de ser arremessada pela janela e tinha um ferimento na testa que respingou na sala e no carro.
Reconstituição
O crime foi reconstituído a partir de depoimentos e pistas obtidas pela polícia. Na ocasião, a polícia calculou que entre o desligamento do motor do carro e a queda de Isabella se passaram 12 minutos. A versão de Alexandre e Anna Carolina apontava 19 minutos.
Ainda conforme a polícia, o ferimento na testa de Isabella foi provocado por Anna Carolina dentro do carro. Quando o casal chegou ao apartamento, com os dois filhos dormindo, Alexandre jogou Isabella no chão, que tentou se proteger e fraturou o braço.
Depois de alguns minutos encostada no sofá, Anna Carolina pegou a garotinha e a asfixiou. Logo em seguida, Alexandre cortou a tela de proteção com um tesoura e arremessou a filha desacordada pela janela.
Prisão
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram detidos preventivamente em 3 de abril de 2008. No dia 18, o casal foi indiciado pelo homicídio da pequena. Em maio daquele ano, o juiz acatou a denúncia do Ministério Público e eles foram presos preventivamente novamente.
Ambos - que nunca se declararam culpados - foram condenados por homicídio triplamente qualificado e fraude processual. Enquanto Alexandre pegou pena de 31 anos, Anna recebeu 26.
Alexandre começou a cumprir regime semiaberto em 2019. Em junho de 2023,
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