‘Amigo bom é amigo que tem piscina em casa’. Será mesmo? Viralizou nas redes sociais um vídeo que mostra três roedores aproveitando tranquilamente uma manhã na piscina de plástico. Os brinquedos infantis parecem deixar os animais ainda mais confortáveis em uma manhã de muito calor.
O flagrante foi feito por Juliane Leite, de 25 anos, que mora em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. “A piscina, estava no meu quintal, foi comprada um dia antes para os meus filhos, porque estava muito quente aqui, sensação de quase 60 °C”, contou Juliane à Itatiaia nesta quinta-feira (23).
No último sábado (18), a capital fluminense registrou uma sensação térmica de 59,7 °C, a maior da série história do sistema Alerta Rio, que fez a medição.
Ela contou que montou a piscina e colocou todos os brinquedos dos filhos. “Assim que terminaram de tomar banho de piscina, eu decidi deixar a água para reutilização no outro dia. Nunca passou na minha cabeça que isso ia acontecer”, riu.
Por volta de 5h30 da última quinta-feira (16), a surpresa: “levantei para arrumar as coisas para meus filhos irem à escola. Quando abri a porta, dei de cara com eles se refrescando na piscina”, lembrou.
Ela foi tomada pelo desespero. “Chamei meu marido para poder tirá-los”, disse. Foi então que eles levantaram a piscina para que eles pudessem sair sem se machucar. “Eles foram embora”, acrescentou. Mas o casal decidiu por descartar a piscina e todos os brinquedos por medo de possível contaminação.
Rato ou Gambá?
Como não foi necessário o acionamento do Corpo de Bombeiros, ficou difícil identificar de qual animal tratava-se. “Está uma briga no TikTok porque muitos falam serem gambas ou se são ratos. Eu não sei o que é", afirmou.
Juliane acredita que os animais vieram do terreno abandonado logo ao lado. “Uma pessoa comprou o local e começou a limpá-los. Assim, os bichos começaram a aparecer. Aonde moro tem muitas árvores e matos. Por isso, aparecem papagaios, maritacas, sagui, gambas e tucanos”, finalizou.
O tenente Barcellos, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, dá dicas do que fazer em uma situação como essa. “Ao se deparar com essa situação, as pessoas não devem tentar capturar os animais se não tiverem o treinamento para isso. Ratos e gambás são portadores de mais de 35 doenças transmissíveis aos homens e aos animais domésticos. As mais comuns são leptospirose, peste bubônica, tifo, salmonelose e hantavirose”, explica.
O militar diz que os ratos conseguem conseguem nadar por baixo d'água durante 30 segundos. Eles mergulham nos sifões de banheiros e podem nadar em água livre até por 800 metros de distância.
Caso o morador queira se proteger dos gambás, a dica é colocar uma madeira, simulando uma escada, para facilitar a saída do animal. “Por hábito, o gambá pode procurar um canto mais escuro para se esconder e quando escurecer sair com maior segurança, por enxergar melhor no escuro e ter hábitos noturnos”, afirma o tenente Barcellos.
O bombeiro ainda alerta que os ratos são considerados pragas urbanas e devem ser controlados por órgãos municipais. Já os gambás são animais silvestres e quando em risco no ambiente urbano, podem ser capturados pelo Corpo de Bombeiros e devolvidos em segurança ao habitat natural.