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Ex-mulher do marido de Suzane Von Richthofen diz que teme pela segurança das filhas: ‘estou apavorada’

Pai das três filhas do casal, médico Felipe Zecchini Nunes tem a guarda unilateral das crianças; meninas estariam sofrendo bullying na escola

As filhas da médica Sílvia Constantino Franco moram com Suzana Von Richthofen em Bragança Paulista

A ex-mulher do atual marido de Suzane Von Richthofen pediu a guarda das três filhas que estão sob os cuidados do pai. A médica Sílvia Constantino Franco, de 44 anos, diz que teme a segurança e a convivência das crianças com Suzane. Ela conta que a separação foi conturbada e que cedeu a guarda das filhas para o ex-marido em um momento de fragilidade. Agora, ela luta na Justiça para retomar o cuidado com as crianças.

As meninas, que tem entre 7 e 13 anos, são frutos de um relacionamento de 10 anos entre Sílvia e o também médico Felipe Zecchini Nunes, de 40 anos. Há três meses Felipe passou a morar com Suzane em Bragança Paulista, no interior de São Paulo. Condenada a 39 anos de prisão por ter matado os pais, Suzane cumpre pena em regime aberto e está grávida do atual namorado.

Em entrevista ao jornal O Globo, Sílvia diz que só ficará tranquila quando recuperar a guarda das crianças. “Não quero as minhas filhas sendo criadas por uma assassina psicopata. (Tenho medo) de as minhas filhas conviverem com a Suzane. Acho que ela tem o direito de recomeçar a vida dela, mas não perto das minhas filhas, estou apavorada. As pessoas me mandam foto do Felipe com a Suzane e fico transtornada”, conta a médica.

Sílvia já entrou com um pedido de tutela das filhas para que a tramitação seja rápida. O Ministério Público analisa o caso. Suzane Von Richthofen e Felipe Zecchini Nunes não quiseram comentar o assunto. Desde o início do relacionamento com Suzane, o médico se mantém recluso e excluiu as redes sociais.

Suzane foi condenada pelo assassinato dos pais, Marísia Von Richthofen e Manfred Albert von Richthofen, em 31 de outubro de 2002. O então namorado e o irmão dele, Daniel e Cristian Cravinhos, foram considerados cúmplices do crime. A Justiça que Suzane foi a mandante do crime. Desde janeiro deste ano, ela cumpre o restante da pena em liberdade.

Médico tem guarda unilateral das filhas

A médica diz que resolveu quebrar o silêncio para garantir a segurança das filhas. Ela afirma que teve um relacionamento abusivo com o pai das crianças e que viveu momentos violentos durante a gravidez. Sílvia contou que, por causa dos abusos, passou a beber em excesso e enfrentou uma depressão severa.

Na separação, a guarda unilateral das filhas do casal ficou com o pai. Na última segunda-feira (17), a médica entrou com uma ação judicial para convencer a Justiça que, agora, está em condições de cuidar das crianças. Ela também alega que as meninas devem ficar longe de Suzane por questão de segurança.

Sílvia reuniu laudos psicológicos extraídos do processo de execução penal de Suzane para comprovar que ela pode ser uma ameaça para as crianças. Nos documentos, especialistas afirmam que Suzane não está arrependida de ter matado os pais. Em um dos laudos, uma psicóloga forense classifica Suzane como “narcisista”, “egocêntrica” e portadora de “agressividade camuflada”.

Enquanto não há uma decisão judicial sobre o pedido de Sílvia, a médica tem direito de visitar as filhas de 15 em 15 dias. Porém, ela alega que, desde que Felipe começou a namorar Suzane, não pôde mais visitar as meninas.

Crianças sofrem bullying e são chamadas de “enteadas da assassina”

Sílvia diz que até agora não houve problemas entre Suzane e as crianças, mas que alguns comportamentos chamaram sua atenção.

“Eu estava trocando mensagens com a mais velha, de 13 anos. Ela disse pelo WhatsApp que estava tudo bem. Mas achei estranho porque ela não estava me chamando de mãe e escrevia umas palavras que crianças não costumam escrever. Tentei fazer uma videochamada para confirmar se era ela mesmo que estava escrevendo as mensagens, mas ela recusou. Pedi que me enviasse um áudio e não mandou. Já imaginei que poderia ser Suzane usando o celular dela. Não posso viver assombrada assim. Dois dias depois, minha filha pegou o telefone de uma prima e me ligou dizendo que estava sem celular”, relatou em entrevista ao O Globo.

Segundo a médica, a filha mais velha também contou que ela e as irmãs não estão indo para a escola, pois estão sofrendo bullying. Crianças chamam as meninas de “enteadas da assassina”. Mesmo com a preocupação, Sílvia não tem muitas informações de como é o relacionamento de Suzane com as filhas.

Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.