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Brasil na lista: estudo revela que até 2050 cidades do mundo irão ‘fritar’ com calor extremo

Cinco milhões de pessoas enfrentarão calor extremo pelo menos um mês por ano até 2050

Brasil na lista: estudo revela que até 2050 cidades do mundo irão ‘fritar’ com calor extremo

A onda de calor que atinge o Brasil está longe de acabar. É o que aponta um estudo feito pelo Washington Post e pela CarbonPlan que detalha que o mundo vive dias extremamente quentes, que colocam a saúde em risco, e que essa onda de calor vai durar até 2050, atingindo 5 milhões de pessoas, mais da metade da população do planeta, com temperaturas acima de 32°C.

No Brasil, a cidade que deve sofrer com mais de 6 meses de dias intensamente quentes é Belém. A previsão do estudo é que o calor extremo dure 222 dias o que representa um salto equivalente a seis meses em relação aos dados dos anos 2000.

De acordo com o estudo, até 2050 mais da metade da população no mundo estará exposta a pelo menos um mês de calor extremo, que ameaça a saúde quando estão expostas ao sol. A análise calculou uma forma aproximada de “temperatura de globo de bulbo úmido”, uma métrica que combina temperatura, umidade, luz solar e vento. Os cientistas consideram o padrão ouro para avaliar como o calor prejudica o corpo humano.

O estudo alerta que os riscos para a saúde são enormes, mesmo para as pessoas que escapam da radiação solar. Até 2050, a previsão é de que 1,3 milhão de pessoas estarão expostas, a menos que consigam encontrar algum tipo de arrefecimento, contra 500 milhões em 2030.

Epidemia de calor

O estudo chama de epidemia essa nova onda de calor extremo, pois ela representa uma das ameaças mais graves para a humanidade, embora ela não vai atingir o mundo de forma uniforme.

“Embora certas partes dos países ricos registem um aumento dentro de alguns dias, a maior parte do perigo surgirá nos países pobres, em regiões já quentes, como o Sul da Ásia e a África Subsariana, que carecem de ar condicionado generalizado e de outras vantagens, como sistemas avançados de cuidados de saúde”, detalham os cientistas.

De acordo com o estudo, 80% da população afetada por dias extremamente quentes viverá em países cujo produto interno bruto per capita, estimado em 2030, seja inferior a U$ 25 mil dólares (R$ 121.400) — um quarto do PIB per capita previsto para os Estados Unidos — enquanto apenas 2% viverão em países com um PIB per capita de U$ 100 mil (R$485.600).

A análise de dados climáticos foi feita pelo The Washington Post e pela CarbonPlan, uma organização sem fins lucrativos que desenvolve publicamente dados e análises climáticas disponíveis.

Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022