O Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação (TI) de São Paulo (Sindpdsp) abriu o canal para vítimas de descriminação denuncie a situação. Em mensagem postada no Twitter nesta quinta-feira (14), o Sindpd compartilhou a postagem de uma mãe que relatou ter sido descartada de um processo seletivo por ter pedido que a entrevista fosse remarcada após o representante atrasar 3 horas.
A mãe, identificada como Samara Braga, compartilhou prints da conversa na rede social e a postagem viralizou. A mãe foi chamada às 11h, mas a entrevista estava marcada para 8h. “Posso imaginar a rotina de tantos compromissos de um desempregado”, respondeu o representante da empresa.
“Não é porque estou desempregada que tenho que ficar disponível o dia todo. Neste momento estou organizando pra levar meu filho pra escola e também fazendo um pudim que me encomendaram”, respondeu Samara. “Sempre difícil contratar quem tem filhos mesmo. Uma dica: foque no que quer”, rebateu.
“Assim como a Samara, se você for vítima de discriminação em alguma empresa de TI do estado de SP por ser mãe, denuncie para o Sindpd! WhatsApp (11) 3823-5600. ‘Difícil contratar quem tem filhos’ não é opção do empregador, é discriminação. Não adianta empresa fazer post dizendo que é a favor da diversidade ou do empoderamento das mulheres, mas na primeira oportunidade criar barreiras de acesso pra quem é mãe no mercado”, diz mensagem do sindicato.
Samara Braga é de Cariacica, Espirito Santo, e está desempregada há 2 meses. Ela resolveu compartilhar a situação no LinkedIn, como um alerta para outros profissionais da área.
“Sobre meu post anterior. Vi tantos relatos parecidos com o meu. O que será que passa na cabeça dessa pessoa? Será que ele imagina que alguém que esteja desempregado não tem compromissos diários? Meu filho é a minha maior motivação. Corro atrás pra pagar as minhas contas e não deixar faltar nada pra ele. Pessoas assim não deveriam trabalhar gerindo pessoas. Estou a cada dia mais forte e sigo em busca de uma oportunidade. Obrigada a todos pelo apoio”, escreveu.
A legislação trabalhista veda toda prática de discriminação em qualquer fase do contrato de trabalho, inclusive na de recrutamento e contratação, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).