Dez dias após a Anatel acatar uma decisão da Justiça de São Paulo que determinou o bloqueio da Blaze em todo o Brasil, a casa de apostas segue no ar com “sites espelho”, burlando a decisão judicial. Na última terça-feira (12), a Justiça acatou um pedido para que o prazo de investigação fosse ampliado.
Após receber centenas de reclamações no Twitter e no portal ReclameAQUI, a Blaze passou a informar aos jogadores que está “trabalhando o mais rápido possível para normalizar sua situação”, e recomenda que os usuários usem “sites espelho”, que possuem uma URL diferente da bloqueada pela Justiça. Segundo os jogadores, o site novo é lento e apresenta vários problemas, como falta de suporte e “sumiço” de moedas e saldo.
À Itatiaia, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informou que não possui meios para retirar um site do ar, mas apenas encaminha a decisão judicial para as operadoras de internet. A 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo, responsável pelo caso, não retornou os questionamentos da reportagem. Os agentes receberam autorização da Justiça para estender o prazo do inquérito contra a casa de apostas.
O bloqueio judicial da Blaze em todo o Brasil foi confirmado em primeira mão pela Itatiaia no dia 4 de setembro, após divulgação do portal ABC 360 Notícias. A Itatiaia tenta entrar em contato com a empresa desde o dia 4 de setembro mas, até agora, não obteve retorno. O espaço segue aberto.
Blaze fora do ar?
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) acatou, na segunda-feira (4), um pedido da Justiça de São Paulo para tirar do ar o site da casa de apostas Blaze em todo o Brasil. A informação foi antecipada pelo portal ABC 360 Notícias e confirmada pela Itatiaia. De acordo com o documento assinado pelo Superintendente de Fiscalização da Anatel, Marcelo Alves da Silva, o site da Blaze deve ser bloqueado imediatamente.
Apesar da decisão ter sido assinada na tarde de segunda (4), o site continuou no ar até a tarde de terça-feira (5). Por volta de 17h, já não era mais possível acessar o link principal, mas a Blaze passou a orientar os jogadores a entrar em URLs alternativas (sites espelho) como uma forma de driblar a decisão judicial. Termos como Blaze e Anatel estão entre os mais comentados do Twitter nesta terça.
Questionada, a Anatel informou que não possui meios para retirar um site do ar, mas apenas encaminha a decisão judicial para as operadoras de internet adotarem e cumprirem a medida.
Blaze é alvo de denúncias
A Blaze é alvo de milhares de denúncias em todo o Brasil. A Itatiaia trouxe, em julho, o relato de um grupo de moradores de Belo Horizonte que teriam tido um prejuízo de R$ 6 milhões após serem convencidos por uma influenciadora a “investir” pela plataforma Blaze. Uma das vítimas afirmou ter aplicado dinheiro na expectativa de conseguir pagar o tratamento do filho.
A Blaze também é alvo da CPI das Pirâmides Financeiras (ou CPI dos Criptoativos). Os parlamentares chegam a convocar os presidentes do Santos e do Atlético Goianiense, times patrocinados pela Blaze, para depor. Andres Rueda, mandatário do time paulista, confirmou que o clube recebeu R$ 45 milhões por um contrato de dois anos, com R$ 25 milhões pagos à vista e o restante dividido em 23 parcelas. Segundo ele, o valor tem sido pago regularmente.