O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Rio Grande do Sul é alvo de denúncias de moradores da região metropolitana de Porto Alegre. Segundo uma reportagem da TV Globo, os médicos do Samu não estariam cumprindo a carga horária e são acusados de fraudar a escala de plantão.
De acordo com a reportagem veiculada neste domingo (27) no Fantástico, a Unidade Central em Porto Alegre é responsável pelo atendimento de 269 municípios da região. O procedimento comum é o paciente ligar para a central e o pedido ser entregue ao médico regulador, que é responsável por avaliar o caso e acionar uma ambulância e o hospital mais próximo.
Mas, segundo a denúncia, isso não estaria acontecendo corretamente, já que os médicos reguladores da Unidade Central não estariam cumprindo a carga horária. Um enfermeiro que trabalha no local repassou as informações ao Fantástico, junto com vídeos que mostram o local de trabalho vazio e planilhas de atendimento e marcação de ponto. Em alguns casos, a central chegou a ficar sem nenhum profissional.
Em um dos casos apurados pela reportagem, uma idosa de 72 anos que tinha câncer no pulmão esperou por quase uma hora por uma ambulância do Samu, após relatar que sentia dores fortes. Ela morreu a caminho do hospital, vítima de infarto agudo do miocárdio e hipertensão arterial. No horário em que o Samu foi acionado, apenas um dos três médicos previstos na escala estavam no local.
O enfermeiro Cleiton Félix, que repassou às informações à Globo, pediu demissão 15 dias após as denúncias. Ele afirmou que havia uma “escala da escala”, em que os médicos se ajustavam para fazer um plantão mais curto.
O coordenador do Samu foi entrevistado e confirmou que sabia das irregularidades e que chegou a flagrar médicos dormindo, mas disse que os profissionais “agem de forma diferente quando ele está lá”. Já o diretor de regulação de Saúde do Rio Grande do Sul negou as irregularidades inicialmente, mas depois disse que alguns casos poderiam ser reais.
A Secretaria de Saúde informou que vai investigar o caso.