A Polícia Federal descobriu um possível esquema de tráfico humano que levava jovens e crianças da Amazônia para a Turquia com promessa de estudos com tudo pago. Segundo as investigações, uma associação em Manaus oferecia aulas de árabe, turco, do Alcorão e do Islã para comunidades indígenas.
Após passarem por uma etapa no Brasil, os jovens eram mandados para São Paulo e, em seguida, para o exterior. Há cerca de duas semanas, cinco rapazes indígenas que participavam do programa foram deportados da Turquia e, como não tinham visto, ficaram três semanas detidos em Istambul.
Os jovens embarcarem de volta com o turco Abdulhakim Tokdemir, apontado como líder da Associação Solidária Humanitária do Amazonas (Asham) que chegou ao estado em 2019. A Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), entretanto, afirma não conhecer essa associação do Amazonas.
“Eu diria que 99% das entidades islâmicas ou têm parceria conosco ou estão associadas à nossa entidade. (...) Se essa abordagem foi feita no sentido de imposição, de coação, de coerção, ela é totalmente contrária a um princípio basilar do Islã. A adoção do islã como religião tem que ser de maneira justa, livre, desimpedida. E me causou mais preocupação ainda tratar-se de crianças”, afirmou o vice-presidente da Fambras, Ali Hussein El Zoghbi, ao Fantástico.
No Brasil, Abdulhakim Tokdemir, da Associação do Amazonas, teve o passaporte, computador e celular apreendidos, além do sigilo bancário quebrado. Outras sete pessoas são suspeitas de envolvimento no possível esquema de doutrinação religiosa e tráfico humano.