Uma quadrilha foi presa no Rio de Janeiro suspeita de vender ilegalmente laudos para cultivo de maconha. Os presos foram identificados como Patrick da Rosa, advogado responsável pelas petições na Justiça; o médico Adolfo Antônio, que falsificava os laudos; a companheira dele, Pérola Katarine, que cuidava da parte financeira do esquema; e o biólogo Patrick Vicente, que mantinha uma página na internet sobre cultivo de maconha.
Após a confecção e a venda ilegal dos laudos, os criminosos ingressavam com pedidos de habeas corpus nas Justiças Federal e Estadual para a autorização do cultivo medicinal.
A quadrilha produzia pareceres indicando que as pessoas dependeriam da planta para uso medicinal, mas os policiais constataram que não havia qualquer enfermidade nos clientes e que a planta era cultivada para fins de tráfico de drogas.
Os criminosos chegavam a oferecer um “pacotão” para quem quisesse uma plantação particular de skunk, um tipo de maconha mais potente. O pacotão incluía os serviços de emissão do parecer, entrada com o habeas corpus no Judiciário e a estrutura para plantar as mudas. O bando cobrava até R$ 50 mil pelo esquema.
Em alguns casos, o médico envolvido no esquema dava os insumos necessários para o início do cultivo, como sementes, fertilizantes e lâmpadas de LED.
Segundo a polícia, nenhum dos integrantes do bando possuía autorização da Anvisa para produzir e comercializar o canabidiol, medicamento derivado da cannabis, a planta da maconha.
Os acusados responderão pelos crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico, extorsão e falsidade ideológica.
A lei brasileira só permite que uma pessoa plante maconha em casa, caso tenha autorização da Justiça para cultivo e consumo com fins terapêuticos.