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Quadrilha suspeita de extorsão contra moradores e comerciantes é alvo da polícia no Rio de Janeiro

Operação acontece no Complexo de Favelas da Penha, na zona Norte do Rio de Janeiro

As polícias Civil e Militar realizam, nesta quinta-feira (6), uma operação conjunta no Complexo de Favelas da Penha, na zona Norte do Rio de Janeiro, que tem como alvo uma organização criminosa que atua na prática de extorsões contra moradores e comerciantes por meio da exploração de serviços de telecomunicações e de abastecimentos de água e luz.

O objetivo da operação é cumprir 31 mandados de prisão e cinco de busca e apreensão. Nas primeiras horas da manhã, o balanço parcial indica que oito pessoas foram presas.

Segundo a polícia, as investigações começaram há cerca de quatro meses após o proprietário de um prédio denunciar ter sido expulso do local para dar lugar a traficantes, que passaram a receber os aluguéis. Ainda de acordo com a polícia, os traficantes designaram o presidente de uma associação de moradores para atuar como síndico do prédio invadido.

De acordo com os investigadores, há mandado de reintegração de posse a ser cumprido na ação de hoje. Entre os alvos da operação está o traficante Tiago Mendes, conhecido como Belão, apontado como o principal responsável pela organização criminosa.

A operação conta com 500 policiais, sendo 400 policiais civis e 100 policiais militares, e tem o apoio de helicópteros e blindados das corporações.

Investigação

A investigação começou em dezembro de 2022 e apontou, conforme informações da polícia, que o grupo busca expansão territorial e incremento das finanças. “Desta forma, os integrantes da organização criminosa tomaram o controle de um edifício residencial com 24 unidades, localizado no entorno do Quitungo, e determinaram a obrigatoriedade de pagamento dos aluguéis diretamente à associação de moradores da comunidade.” Quem não estivesse disposto, deveria entregar as chaves dos apartamentos.

Ainda de acordo com a investigação, o responsável pela associação de moradores atuaria a mando do líder do tráfico do Quitungo. Ambos são do Complexo da Penha e foram indicados para assumir e ampliar os negócios ilícitos da organização naquela localidade, por meio da exploração de qualquer produto comercializado ou serviço prestado.

Outras vítimas

As investigações da polícia apontaram, inclusive, que os suspeitos também praticam extorsão contra uma empresa de engenharia e construção civil que, “após vencer uma licitação para executar serviços em um conjunto habitacional no Quitungo, passou a ser obrigada a pagar uma taxa de R$ 15 mil, ou seria impedida de prosseguir com as obras”, detalha a polícia.

As vítimas eram alvo de outros crimes, uma vez que os desafetos costumavam ser sequestrados e muitos desapareciam ou eram encontrados mortos. “Com a operação desta quinta, a equipe da 38ª DP espera conter a expansão territorial, enfraquecer o grupo criminoso e devolver ao cidadão o direito de ir e vir, além de restituir as propriedades aos moradores vítimas da quadrilha.”

Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.
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