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Vídeo: tatuadora que teve braço amputado após lipoescultura estava no ápice da carreira: ‘sonho arrancado’

Camila Gama, de 41 anos, relata que teve uma trombose no braço

Tatuadora tenta prótese para continuar trabalhando

A Polícia Civil de Goiás investiga o caso da tatuadora que teve o braço direito amputado após complicações de uma cirurgia de lipoescultura. Nascida e criada em Goiânia, Camila Gama, de 41 anos, mora nos Estados Unidos e voltou à terra natal para fazer o procedimento em um hospital particular. Em relato nas redes sociais, ele diz que ficou dias na UTI, em abril deste ano, após passar mal.

“Vim para o Brasil fazer uma cirurgia plástica e por conta de um erro médico, há um mês, tive meu braço amputado não perdi somente uma parte do corpo, perdi minha carreira de tatuadora.

“Meu sonho agora é comprar uma prótese para o meu braço para eu poder voltar a tatuar, minha prótese custa 600.000,00”, escreveu na legenda do vídeo que conta o ocorrido. Ela criou uma vakinha virtual para conseguir o dinheiro.

“Eu sofro por ter perdido a minha profissão. Eu amo morar nos Estados Unidos, a oportunidade aqui é lenta, você demora muitos anos para chegar ao seu sonho e, quando eu estava explodindo, no ápice, meu sonho foi arrancado de mim”, desabafou.

Anemia

Camila diz que tudo transcorreu como esperado na cirurgia, mas que passou mal cinco dias após o procedimento e voltou ao hospital, foi diagnosticada com anemia, recebeu duas bolsas de sangue e retornou para a casa. “No outro dia, desmaiei, minha alma saiu do corpo, voltei novamente para o hospital e as enfermeiras não conseguiram pegar a minha veia. Elas furaram tipo umas dez veze”, relata.

Diante da dificuldade, a tatuadora diz que uma enfermeira sugeriu levá-la ao bloco cirúrgico e pedir ajudar a uma anestesista. “Foi onde tudo começou. Desci, o anestesista pegou uma veia e essa veia cruzou com a veia arterial. Isso não pode. Eles puseram um medicamento, que esqueci o nome, que é um medicamento de ferro, e esse medicamento começou a dor muito o meu braço, minha mão, meus dedos ficaram pretos e pretos, a morrer”, disse.

No vídeo, Camila diz que o médico responsável pela cirurgia chegou ao bloco e se assustou ao ver os dedos. “Começou uma trombose no meu braço. Foram três cirurgias”, diz.

Camila já foi ouvida pela Polícia Civil e passou por exames de corpo delito e aguardo o resultado da perícia. O caso foi denunciado como lesão corporal. A investigação determinará qual médico vai responder, já que a cirurgia plástica foi feita por um profissional, a aplicação do remédio por outro e a receita do medicamento por um terceiro.

Em nota, o hospital disse que não tem vínculo empregatício com o cirurgião plástico, “afastando, qualquer responsabilidade objetiva da unidade hospitalar” e que o anestesista faz parte de uma empresa contratada pelo hospital, que está colaborando com as investigações.

Jornalista formado pela Newton Paiva. É repórter da rádio Itatiaia desde 2013, com atuação em todas editorias. Atualmente, está na editoria de cidades.