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CNJ investiga juíza que impediu interrupção da gravidez de criança estuprada

A juíza não foi afastada do cargo, uma vez que não trabalha mais na vara infantil

Conselho considerou que juíza impôs valores pessoais no caso

Uma juíza da 1ª Vara Cível da Comarca de Tijucas, em Santa Catarina, será investigada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após impossibilitar a interrupção da gravidez de uma criança vítima de estupro.

Segundo o CNJ, a instauração de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi aprovada nesta terça-feira (20). Foi considerado que a juíza impôs suas convicções pessoais no caso, postergando a possibilidade da interrupção da gravidez da criança.

O relator da decisão, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, argumentou que as decisões da juíza incorreram em violência institucional e “revitimizou” a menina. A criança, inclusive, foi levada ao acolhimento institucional.

Ainda conforme os conselheiros, a juíza expôs a criança ao determinar que ela relatasse o caso inúmeras vezes, mesmo já tendo sido ouvida em um depoimento especial. Desta forma, os conselheiros acreditam que a criança foi “culpabilizada” pela possibilidade do aborto.

Não foi pedido o afastamento da juíza porque ela não atua mais na vara da infância.