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Guardas Civis matam a tiros Pitt Bull que atacava o próprio dono

Médica veterinária diz que raça é vítima de preconceito e que se eles forem bem tratados, de um modo geral, são dóceis e carinhosos

“Pittbulls são produto do meio em que vivem”, diz médica veterinária

Guardas Civis de Osasco, na Grande São Paulo, mataram a tiros um cachorro da raça Pitbull, no momento em que ele atacava o próprio dono. O caso ocorreu dentro de casa, no bairro Jardim Veloso, ontem (17) à noite.

Eles foram acionados pela esposa da vítima que se trancou num dos cômodos da casa, junto com três filhos do casal, completamente em pânico. O animal atacava o rosto e o pescoço do homem quando os guardas deram dois tiros certeiros no agressor. O cachorro morreu no local e foi recolhido pelo Núcleo de Zoonoses do município para exames de raiva.

O homem, cuja identidade não foi revelada, foi socorrido em estado grave e levado para o Hospital Regional onde precisou passar por cirurgia. Seu estado de saúde não foi informado.

A médica veterinária Ana Luiza Azevedo Miranda disse que, em situações como essa, não se pode “crucificar” o animal. Segundo ela, Pitbulls e outras raças como os Rottweilers ou os American Staffordshires são, constantemente, vítimas de preconceito e desinformação. “Ao contrário do que muita gente acredita, a agressividade deles está muito mais relacionada à forma como são criados, traumas na “infância” ou a problemas relacionados à sua gestação do que algo intrínseco a seu DNA. Se forem treinados para atacar, vão atacar. Se forem tratados com doçura, serão dóceis”, explica,

Ana Luíza que trabalha num Pronto-Socorro veterinário na Zona Sul de Belo Horizonte, disse ainda que no dia a dia dos atendimentos, tem muito mais dificuldade em controlar outras raças como, por exemplo, os Pinschers do que os Pitt Bulls. “Os Pinschers sim têm um temperamento agressivo que é um traço do DNA deles, o problema é que os Pitbulls são grandes e quando atacam é muito mais difícil controlá-los. Aí vira notícia. Qualquer cachorro pode se enfezar e ficar agressivo, até os Shih Tzus, por exemplo, a diferença é que conseguimos dominá-los, por serem pequenos”.

Embora, não tenha conhecimento do caso ocorrido em São Paulo, a médica acredita que o animal possa ter passado por alguma situação de estresse, antes de partir para cima do próprio dono.

Vale o alerta!

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.