Ineficaz no tratamento da covid-19 e contraindicada por autoridades sanitárias, a ivermectina foi usada por, pelo menos, 79,5% dos brasileiros que tiveram sintomas da doença. A informação faz parte de um estudo global publicado na prestigiada revista científica Nature, que ouviu pessoas de 23 países, entre eles o Brasil.
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O levantamento ouviu mil participantes de cada um dos países que fizeram parte da amostra. A pesquisa mostrou que, globalmente, 27% das pessoas disseram ter tomado o remédio ineficaz ao primeiro sinal da doença.
Perfil dos entrevistados
O trabalho foi feito na África do Sul, Alemanha, Brasil, Canadá, Cingapura, China, Coreia do Sul, Equador, Espanha, Estados Unidos, França, Gana, Índia, Itália, Quênia, México, Nigéria, Peru, Polônia, Rússia, Suécia, Turquia e Reino Unido.
Metade dos inquiridos (50,3%) eram mulheres e um quinto (22,2%) tinha um diploma universitário. Os profissionais de saúde representaram um em cada dez (10,8%) de todos os entrevistados.
As faixas etárias (18-29; 30-39; 40-49; 50-59; e 60+) foram igualmente representadas (16,8-22,9%). Quase metade dos entrevistados relatou renda acima da mediana de seu país (45,6%).
Resultados
Ao todo, 36,6% de todos os entrevistados relataram infecção por covid-19 no último ano e 24% relataram ter recebido tratamento com uso de remédios. Globalmente, 27% das pessoas disseram ter tomado ivermectina ao primeiro sinal de sintoma da doença. Outros 27,2% receberam anticorpos monoclonais e 25,8% tomaram paxlovid. Os demais 20% receberam molnupiravir.
No Brasil, 79,5% dos respondentes disseram ter tomado ivermectina para tratar a covid. 8,7% dos brasileiros entrevistados consumiram paxlovid, 3,3% tomaram molnupiravir e 8,4% receberam anticorpos monoclonais.
(Sob supervisão de Enzo Menezes)
