A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu, na última sexta-feira (18), três pessoas envolvidas no tráfico de drogas durante uma operação em conjunto com a Polícia Civil de São Paulo, Ceará, Sergipe e Bahia. Os detalhes foram compartilhados na tarde desta segunda-feira (21), em coletiva de imprensa da sede do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos).
A operação tinha como alvo uma complexa organização criminosa, especializada no tráfico interestadual de drogas. Segundo a investigação, os criminosos traziam os entorpecentes, principalmente cocaína, do Paraguai, passando pelo Paraná, e os distribuíam para o Sudeste e o Nordeste do país. O líder desse grupo, segundo a polícia, é o Airon Pereira Cosmo, que tem o costume de mudar de localização constantemente e, por isso, a operação recebeu o nome de Nômade.
Apesar de Airon ainda estar foragido, a Polícia Civil de Minas conseguiu prender outros três suspeitos: um homem no Ceará e um casal em São Paulo. Os três trabalham na logística do esquema, que envolve a cooptação de motoristas que também transportam cargas lícitas pelas estradas. Além dos mandados de prisão, foram executadas 12 de busca e apreensão, em São Paulo, Ceará, Sergipe e Bahia.
Início da investigação
As investigações tiveram início em Minas Gerais em novembro de 2021, quando foram apreendidos mais de 400 quilos de cocaína pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Itatiaiuçu, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Nos meses seguintes, outras apreensões foram feitas em outras partes do país.
Segundo o agente Demerson Batista, da PRF, Minas Gerais seria uma rota constante do grupo, e a droga foi encontrada em um compartimento secreto de um caminhão que transportava uma carga lítica.
“Uma equipe policial havia trabalhado naquela região, veio um caminhão com placas do Paraná e a equipe fez a abordagem desse veículo, que tinha uma carga lícita de vários pacotes grandes de material plástico, que seria entregue a uma indústria química de Sarzedo. Mas o motorista demonstrou muito nervosismo e a equipe notou a existência de um fundo falso do caminhão. Nesse fundo falso foram localizados 400 quilos de cocaína. Os compartimentos são muito bem feitos, são bem elaborados e uma análise muito superficial não seria capaz de detectar”.
Devido à apreensão inicial, todo o trabalho investigativo se concentrou em Minas Gerais. Os policiais, então, notaram que os criminosos tinham o costume de aliciar caminhoneiros comuns, sem passagem pela polícia, que levariam a droga escondida em maio a uma carga legal.
Renato, com essa apreensão inicial, o trabalho investigativo se concentrou aqui em Minas, e quem detalha é o Delegado Thiago Machado.
“Pela grande quantidade de droga, já demonstra a capacidade criminosa desse grupo. Eles usam motoristas mais humildes, que procuram adquirir o caminhão para poder trabalhar, mas que passam a ser criminosos e vão responder por crimes. O transporte lícito acaba virando ilícito, uma vez que eles misturam uma carga de com nota fiscal com cocaína, maconha e até armas de fogo”.
O delegado ainda reforçou que a operação contou com o apoio do Ministério da Justiça e das polícias civis de São Paulo, Ceará, Sergipe e Bahia. Além dos três suspeitos presos na última sexta-feira, o caminhoneiro encontrado com os 400 quilos da droga já estava detido desde novembro de 2021.
Procurados
A Polícia Civil procura, agora, os chefes do grupo criminosos, apontados como os irmãos Airon Pereira Cosmo e Adriano Pereira Cosmo. Além deles, dois outros homens apontados como ‘batedores’ também estão foragidos da polícia.
“A gente conseguiu prender três pessoas, apreender diversas documentações demonstrando crime de lavagem de dinheiro, que vão ajudar a gente identificar o modus operante de forma mais efetiva. A gente está, hoje, com quatro foragidos, com mandado de prisão preventiva expedidos em virtude das nossas investigações e continuamente serão procuradas pelas equipes”, explica o delegado da Polícia Civil, Thiago Machado.