A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso em que um homem de 30 anos, identificado como Samuel Carlos da Silva Batista, é suspeito de se passar por policial militar e manter relacionamentos amorosos para aplicar golpes financeiros em quatro mulheres. As denúncias apontam estelionato sentimental, conforme os boletins de ocorrência registrados contra ele.
De acordo com as investigações, uma empresária conheceu Samuel em 2020 e, pouco tempo depois, eles começaram a se relacionar. Em virtude da aproximação, a mulher fazia empréstimos ao companheiro, que alegava estar com problemas financeiros. Ao longo de dois anos juntos, o prejuízo estimado é de R$ 26 mil.
Em entrevista ao UOL, a empresária contou que Samuel iniciou o namoro pagando todas as contas, mas começou a mudar de postura quando expressou o desejo de comprar um carro. Sem ter todo o dinheiro para fazer o negócio, ele pediu ajuda à namorada, que aceitou e emprestou cerca de R$ 4 mil. Contudo, segundo ela, o valor não foi devolvido.
Desconfiada de uma traição, a empresária decidiu investigar a vida do homem e acabou descobrindo que Samuel estava em um segundo relacionamento. Depois de conversarem, as mulheres notaram que se tratava de um golpe financeiro. O rombo com a segunda namorada foi de R$ 2 mil.
“Foi aí que percebi que tinha caído em um golpe e que outras pessoas também. Me juntei a essa outra moça e a gente foi à delegacia. Ele não enganou só a mim, enganou amigos de oito anos e a família, porque a própria família acreditava que era policial, e nossos amigos em comum também”, afirmou a empresária ao UOL.
À Polícia Civil, outras duas mulheres formalizaram denúncias em relação a Samuel, e mais 14 vítimas teriam procurado a empresária para relatar a mesma situação.
Um boletim de ocorrência identificou que uma terceira vítima de Samuel pegou dois empréstimos de R$ 5 mil para ajudá-lo e comprou um carro em 69 parcelas de R$ 687 sem que o suspeito tenha quitado parcelas do veículo.
Segundo informações repassadas pela terceira namorada, Samuel dizia ser policial da cidade de Nova Gama, no interior de Goiás, e andava frequentemente armado. Ele anunciou o carro em um site de vendas. Desta vez, os danos ultrapassam R$ 70 mil.
No sistema da Polícia Civil de Goiás, o nome de Samuel Carlos da Silva Batista não aparece na relação, assim como também não consta nos quadros de efetivo da Polícia Militar goiana. O homem não possui registro para o porte de arma.
Ao UOL, o suspeito informou que deseja se posicionar após conversar com sua advogada.
O caso é investigado pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM II) e pela 26ª Delegacia de Polícia de Samambaia do Norte.