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Do campo à mesa: como os laboratórios do IMA protegem a produção e a saúde dos mineiros

O LSA é especializado em identificar enfermidades como raiva, brucelose, influenza aviária, anemia infecciosa equina e outras

Laboratório

Quando um produtor rural mineiro desconfia que um dos seus animais pode estar com alguma doença ele notifica o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) para que os técnicos do órgão coletem o sangue do animal.

A amostra é enviada para análise no Laboratório de Saúde Animal (LSA), em Belo Horizonte. Além do LSA, a rede laboratorial do IMA conta também com o Laboratório de Química Agropecuária (LQA), localizado na CeasaMinas, em Contagem, essa estrutura não apenas realiza diagnósticos precisos, mas também orienta as ações dos técnicos em campo, garantindo respostas rápidas e eficazes às demandas do setor.

Em 2024, os dois laboratórios somaram mais de 14 mil análises. Mais de 9 mil delas foram realizadas pelo LSA, que visa atender os programas oficiais do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) de controle e erradicação, voltadas ao diagnóstico de doenças que, se não forem identificadas e controladas a tempo, podem gerar prejuízos significativos aos produtores, comprometer a economia mineira e oferecer riscos à saúde pública.

O LSA é especializado em identificar enfermidades como raiva, brucelose, influenza aviária, anemia infecciosa equina e outras. Já o LQA realiza a identificação de insetos considerados pragas agrícolas, de nematoides em mudas de café que podem causar perdas na produção. Também realiza análises de solo para fins de correção e adubação, detecta resíduos de agrotóxicos em frutas e hortaliças e realiza análises físico-químicas e microbiológicas em produtos de origem animal.

Do campo à cidade

Quem está no campo sente diretamente o impacto dessas análises. Quando há suspeita de raiva em um animal, por exemplo, o material é enviado ao LSA. Só com o laudo em mãos é possível saber se a doença está presente e, assim, acionar as equipes para monitorar a região, vacinar outros animais e orientar os produtores da área.

“As análises são o primeiro passo para qualquer decisão no campo. Sem o resultado em mãos, não há como agir com precisão. A partir de um ensaio ou um diagnóstico confirmado, conseguimos definir rapidamente estratégias e iniciar o monitoramento na área afetada”, afirma Eliane Hooper, gerente da rede laboratorial do IMA.Do outro lado da cadeia, o consumidor também é diretamente beneficiado. No LQA, as análises verificam a presença de resíduos de agrotóxicos acima dos limites permitidos em alimentos de origem vegetal e avaliam, ainda, a qualidade físico-química e microbiológica de produtos de origem animal. Esses controles asseguram que os alimentos cheguem ao mercado dentro dos padrões sanitários exigidos, reduzindo riscos à saúde pública e evitando o consumo de produtos com valor nutricional comprometido. Já no LSA, ao diagnosticar doenças como a brucelose e a raiva — que também podem acometer seres humanos —, o trabalho laboratorial contribui diretamente para a proteção da saúde pública e para o fortalecimento da segurança alimentar.Credenciamento pelo MAPA e ISO 17025

A confiabilidade dos resultados produzidos pela rede laboratorial do IMA é garantida por importantes reconhecimentos. Os dois laboratórios integram a Rede Nacional de Laboratórios Agropecuários credenciados pelo MAPA e é acreditado pela Coordenação Geral de Acreditação do Inmetro (Cgcre) segundo a norma ABNT NBR ISO/IEC 17025.

Essa norma é referência internacional para laboratórios de ensaio e calibração, e assegura que os processos adotados sigam critérios rigorosos de qualidade, competência técnica e rastreabilidade. Em outras palavras, significa que os resultados produzidos pelo IMA são confiáveis e auditáveis.

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*Giulia Di Napoli colabora com reportagens para o portal da Itatiaia. Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.